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Outro erro da FIA: safety car ajuda Norris na sua primeira vitória na F1

Direção de provas e o clerk of the course do GP de Miami desrespeitaram vários procedimentos do regulamento


				
					Outro erro da FIA: safety car ajuda Norris na sua primeira vitória na F1
Enfim, a vitória de Lando Norris. Chris Graythen/Getty Images

Muito se falou, com razão, sobre a primeira vitória de Lando Norris na Fórmula 1 no último domingo no GP de Miami. Contudo, pouco se falou sobre mais um erro grave de procedimentos durante a corrida, outra vez patrocinado pela incompetência da Federação Internacional de Automobilismo (FIA). O regulamento esportivo foi mais uma vez ignorado por um atraso entre uma ordem da direção de provas, comandada pelo alemão Niels Wittich, e o cumprimento dela, pelo americano Paul Walter, o clerk of the course (em tradução livre, secretário do circuito) do evento. Para piorar, a falha ocorreu no lance que decidiu o GP no Miami International Autodrome: a entrada do safety car causada pelo acidente entre o dinamarquês Kevin Magnussen, da Haas, e o americano Logan Sargeant, da Williams, no início da 28ª volta.

Mas, afinal, qual foi o incidente? Um erro no momento da entrada do safety car na pista que acabou beneficiando Lando Norris. O inglês tinha acabado de assumir a liderança da prova naquele momento, com os pit stops de seus principais rivais na corrida. Com um bom ritmo, ele tentava abrir vantagem sobre Max Verstappen, então na segunda posição e que já havia feito sua parada nos boxes para troca de pneus. O acidente entre Magnussen e Sargeant fez com que a direção de provas acionasse o safety car. Mas a informação demorou a chegar no carro de segurança e ele entrou na pista no momento errado e na frente do piloto errado; no caso, o holandês da RBR. Com isso, Norris teve pista livre e, mesmo dentro do delta de velocidade do safety car, pôde abrir uma vantagem segura sobre Verstappen, que tinha seu ritmo limitado pelo Mercedes-AMG GT Black Series comandado pelo alemão Bernd Mayländer.

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O fim dessa história vocês já conhecem: Lando Norris voltou à frente de Max Verstappen dos boxes e conseguiu manter a liderança após a relargada, abrindo incríveis 7s612 de vantagem sobre o atual tricampeão da categoria. Não dá para tirar os méritos do inglês, que fez uma corrida excepcional e impôs um ritmo sensacional com o carro atualizado da McLaren em Miami. Mas também não dá para fechar os olhos para os erros dos representantes da FIA no evento disputado na Flórida.

Erro 1: o momento da entrada do safety car

Tudo começa no momento da entrada do safety car na pista. A direção de provas demorou apenas 24 segundos entre o acidente e o acionamento dele. Normalmente, a liberação para o carro de segurança ir para a pista é instantânea. Mas neste momento do GP de Miami, o delay entre o acionamento e a entrada do SC foi de 22 segundos. Com isso, Bernd Mayländer nem viu Norris passar e acabou alinhando à frente de Verstappen. Para piorar, Paul Walter, oclerk of the course, acreditava que o holandês era o líder naquele momento. O erro só foi notado quando eles completaram a primeira volta após o acidente, quando Norris fez seupit stope ainda conseguiu sair à frente do carro de segurança.

Vamos aos números: no momento do acionamento do safety car, Norris tinha 11s392 de vantagem sobre Verstappen. O inglês, contudo, teve pista livre para levar o carro para os boxes, ainda que dentro do delta de velocidade. Já o holandês ficou limitado pelo ritmo do carro de segurança. Resultado: quando Norris entrou nos boxes, sua vantagem já era de 30s473. Um ganho de pouco mais de 19 segundos. A McLaren teve tranquilidade para trabalhar no pit stop e o inglês voltou à pista na liderança, ainda à frente do SC e com 34s627 de frente. Só então foi feito o realinhamento correto para a relargada. Um erro extremamente grave. Se o alinhamento tivesse sido executado no momento correto, Norris poderia ter perdido várias posições com o pelotão compacto atrás do SC.

Erro 2: as luzes erradas do safety car

Estavam achando que eu não iria citar o regulamento neste post? Acharam errado. Pelo regulamento esportivo da Fórmula 1, o procedimento das luzes do safety car também foi equivocado neste incidente. Uma maneira de corrigir parcialmente o erro anterior seria deixar que todo o pelotão ultrapassasse o carro de segurança para que o alinhamento correto das posições fosse feito apenas na volta seguinte. Este é o procedimento normal do SC na categoria, que normalmente, em um ritmo mais lento, espera o líder pacientemente alinhar atrás dele.

E como isso é feito? Simples: neste tipo de situação, o sistema de luzes do safety car passa a emitir um sinal verde, que indica que os pilotos que estão entre ele e o líder podem fazer a ultrapassagem (artigo 55.9). No caso em Miami, todos os carros que estavam na pista. Contudo, o carro de segurança continuou com a luz laranja, obrigatória para ele entrar na pista (artigo 55.6), mas que proíbe que eles ultrapassem o SC. O certo seria trocar para a verde assim que Verstappen fosse avistado pela dupla que comandava o Mercedes-AMG GT Black Series. Entretanto, isso não foi feito da forma correta e o holandês da RBR teve de dar toda uma volta lenta atrás do safety car. Outro erro grave e que mudou a corrida.

Afinal, qual foi a vantagem de Norris?

Com isso tudo, Lando Norris e a McLaren ganharam uma enorme vantagem. Com a diferença de pista antes da entrada do safety car, o inglês sairia dos boxes embolado com Max Verstappen na briga pela liderança - eram 11s392, com o tempo de perda no pit stop com o carro de segurança estimado em nove segundos. Seria bem arriscado manter a liderança se os procedimentos corretos fossem seguidos pela direção de provas e pelo clerk of the course. Por tudo isso, os erros graves acabaram influenciando diretamente no resultado final do GP de Miami.

Na relargada, Norris se manteve à frente com alguma dificuldade, mas começou a abrir vantagem sobre Verstappen logo na sequência. Por sorte, o fim apoteótico da corrida em Miami Gardens acabou ofuscando mais erros graves da FIA, protagonizados neste fim de semana por Niels Wittich, diretor de provas, e por Paul Walter, o clerk of the course. A história da sexta etapa da temporada 2024 da Fórmula 1 poderia ter sido bem diferente se os procedimentos corretos fossem seguidos por quem deveria prezar pela aplicação correta do regulamento esportivo. Não é o que temos visto já há algum tempo nas provas de F1, contudo.

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