Após atirar contra uma homem, em uma rua do bairro de Cruz das Almas, em Maceió, um policial militar voltou para a pousada onde estava hospedado e rendeu o recepcionista, mantendo-o refém por cerca de 30 minutos. É o que aponta investigação da Polícia Civil, coordenada pelo delegado Arthur César. O caso ocorreu na noite de sábado (27).
Uma imagem de videomonitoramento da pousada onde ele estava hospedado mostrou o momento em que atirou contra um homem.
Leia também
No vídeo, ele conversa na calçada com um amigo. Na ocasião, um homem se aproxima, momento em que o policial saca a arma e atira contra a vítima, que se esconde por trás de um poste.
É possível ver que ele dispara por duas vezes gritando para a vítima voltar. Na sequência, o homem alvo do PM corre, atravessando a via, que estava movimentada de carros. O policial ainda atravessa até o meio da rua e dispara mais uma vez entre os veículos. Por sorte, ninguém se feriu.
“[Depois disso] Ele volta para a pousada, rende o recepcionista, leva ele até a área da piscina e lá ele passa cerca de 30 minutos com o recepcionista, ameaçando ele. A gente acha que ele estava com um surto psicótico. A gente não sabe ao certo o que estava causando ali”, disse o delegado Arthur César.
A autoridade policial afirma que está analisando solicitar a realização de um exame de insanidade mental.
“A gente precisa saber a motivação de tudo isso. Talvez pedir o exame de insanidade mental dele, para saber a real responsabilidade penal dele. O que a gente sabe, eu conversei bastante com a família, é que ele estava realmente sofrendo abalos psicológicos em decorrência das atividades policiais que ele exerce em Pernambuco. E que ele não deveria estar armado, para a família, que tinha até desconhecimento que ele estava com essa arma de volta", afirma o delegado.
O advogado do sargento, Napoleão Lima Júnior, alega que ele agiu em legítima defesa porque estava sendo ameaçado e que não tentou matar ninguém.
Segundo a defesa, o caso aconteceu após um show que estava sendo realizado no bairro. “O militar foi ao show, mas não levou sua arma. Ele contou que foi ameaçado durante o evento por um grupo de cerca de dez pessoas, que falavam que iam roubá-lo. Ele conseguiu se afastar desse grupo e, quando acabou o show, ficou na porta da pousada conversando”, falou.