A movimentação na orla da Pajuçara foi grande na manhã desta terça-feira (8), feriado de Nossa Senhora da Conceição, que nas religiões afros recebe o nome de Iemanjá. Logo no início da manhã, o colorido das saias dos religiosos de matriz africana já dividia espaço com o azul inigualável do mar de Maceió, que deve receber, nesta terça, diversas oferendas para a Rainha do Mar.
Apesar da polêmica envolvendo a tradicional realização dos rituais nos últimos dias, quando evangélicos reivindicavam o uso da Praça Multieventos para a realização de um show, a movimentação foi considerada tranquila nesta manhã.
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"É um dia bem alegre, de festa. É uma festa bonita para Iemanjá, a Rainha das Águas. Por enquanto, está tudo correndo bem. O único incidente que tivemos foi o incêndio na barraca e a SMCCU já veio aqui pedir pra só soltarmos fogos em direção à praia", afirma Adélia Bulhões, filha de santo do terreiro Índio Africano.

A estudante Isabelle Lameirinha fez questão de prestigiar a festa e conferir de perto as manifestações religiosas. "Sou de Maceió, mas nunca tinha vindo. É o primeiro ano e estou achando bem interessante. É uma cultura diferente e eu queria conhecer um pouco mais", falou.
A expectativa é que a festa dure todo o dia, com muita dança e música. "A festa está maravilhosa. Todos os anos fazemos isso e já virou uma tradição. É muito importante vir pra cá e mostrar nossa religião, que é a umbanda, além de celebrar essa protetora tão bonita que é Iemanjá. Só ficamos um pouco tristes esse ano com o episódio daquele grupo de evangélicos, que criticou nossa religião e não queria que a gente usasse a praia. mas nosso direito está na lei", ressaltou o filho de santo Ivan Santos.
Para manter o clima de tranquilidade, equipes da Guarda Municipal estão espalhadas por toda a orla e vão permanecer no local da festa religiosa durante todo o dia.
Para que os casos de preconceito sejam registrados, uma tenda com advogados e estudantes de Direito foi montada na orla. Às 11h30, a advogada responsável pelos trabalhos, Kandice Melo, informou que nenhuma ocorrência havia sido registrada.
"Estamos percorrendo toda a orla junto com estudantes de Direito da Uneal e fazendo um trabalho de conscientização com todas as casas para que os casos de racismo sejam relatados", pontuou.









