O líder do PSD na Câmara, Rogério Rosso (DF), afirmou nesta quarta-feira (13) que a "ampla maioria" dos deputados da bancada é a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff. A sigla conta atualmente com 36 deputados federais.
A decisão sobre se haverá orientação a favor do processo, na votação em plenário, será anunciada às 19h. A tendência é de que o líder oriente o voto favorável, mas que não haja fechamento de questão (que é quando os deputados podem ser punidos por contrariar a posição oficial da legenda).
Leia também
A declaração de Rosso ocorreu após reunião com o ministro das Cidades, Gilberto Kassab, presidente da sigla. Inicialmente, o ministro queria liberar o voto da bancada. Mas, segundo apurou o G1, os deputados exigem uma posição mais forte em relação ao impeachment, com orientação formal favorável ao processo.
"Existe uma ampla maioria [a favor do processo]. Claro que existe. Mas o PSD sempre respeita, inclusive, em algumas matérias mesmo tendo minoria, ele respeitou nos encaminhamentos de votação, mesmo com posição partidária. O PSD hoje, repito, já tem ampla maioria de votos a favor do impeachment", disse Rosso.
O líder do PSD destacou que o ministro Gilberto Kassab respeitará a decisão da bancada, caso seja favorável ao processo de impeachment. "Tudo o que acontece com a bancada o ministro sempre delegou. O gesto do ministro foi claro, a decisão de vocês será respeitada."
Rosso não quis, porém, adiantar se haverá entrega de cargos no governo, caso o PSD oriente o voto a favor do impeachment.
"Aqui eu só posso tratar sobre o posicionamento do partido. Sobre as questões do próprio ministro e do partido, não", afirmou.
Outros partidos
Ao longo da semana, partidos têm se reunido para definir se ficam ou não na base aliada e se orientam voto favorável ou contra o processo de impeachment de Dilma.
Nesta terça (12), o PP decidiu que votará a favor do processo. A decisão foi anunciada pelo líder do partido, Aguinaldo Ribeiro (PB), que já havia informado ser pessoalmente contra o afastamento da petista.
O PP vinha demonstrando racha na bancada nas últimas semanas quanto ao processo de impeachment e a cúpula do partido negociava cargos com o governo em troca de apoio. O Planalto chegou a cogitar entregar o Ministério da Saúde à legenda, umas das pastas mais cobiçadas por causa do alto orçamento. No entanto, parcela dos deputados pressionava fortemente por um rompimento. Atualmente, o partido conta com 47 parlamentares em exercício na Câmara.
Também na noite desta terça-feira, a bancada do PRB decidiu que votará a favor do impeachment de Dilma. O partido foi o primeiro a desembarcar do governo, ao devolver o Ministério dos Esportes, que ocupava. De acordo com o presidente nacional do partido, Marcos Pereira, os 22 deputados federais do partido votarão a favor do impeachment.
O PDT, por outro lado, anunciou nesta quarta (13) que vai votar contra a continuidade do processo. Segundo o líder do PDT, Weverton Rocha (MA), que o partido fechou questão para que a bancada toda, formada por 20 deputados, vote contra a abertura do processo de afastamento.
O PDT faz parte da base aliada e, atualmente, ocupa o Ministério das Comunicações. Após o anuncio do PDT, o deputado Sergio Vidigal (PDT-ES) afirmou em nota que sua posição não é a mesma da bancada, e que votará favorável ao afastamento da presidente Dilma Rousseff. Segundo o parlamentar, ele havia deixado claro seu voto na reunião com a executiva do partido.
O PMDB, que possui a maior bancada da Câmara, com 66 deputados, deve se reunir nesta quinta-feira (14) para definir se haverá orientação favorável ao impeachment. A Executiva Nacional do PR decidiu que haverá orientação contrária ao processo de afastamento. No entanto, a legenda está rachada e pelo menos 20 dos 40 deputados da bancada devem votar a favor do impeachment.