Sem revelar em quem devem votar nesta quarta-feira (13), durante a eleição para a escolha do novo presidente da Câmara dos Deputados, integrantes da bancada federal de Alagoas são unânimes ao definir o perfil do novo comandante da Casa: deve ser alguém com postura ética e que seja capaz de pautar matérias relevantes para o País.
Mesmo afastado do cargo, a sombra de Eduardo Cunha (PMDB) se faz presente nas articulações para a escolha do próximo presidente. Por este motivo, os deputados avaliam que o nome do novo comandante da Câmara só deve ser conhecido num possível segundo turno na eleição.
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Para o deputado Ronaldo Lessa, é preciso que o próximo presidente tenha "uma postura ética, vida ilibada e que paute os debates no parlamento em defesa do Brasil". De acordo com Lessa, diferentemente da eleição que apresentou Eduardo Cunha ao Brasil, em 2015, o pleito que será realizado nesta quarta-feira "tem um alto grau de incerteza". Segundo ele, o governo do presidente interino, Michel Temer (PMDB), pode ser o grande derrotado na eleição.
O deputado Pedro Vilela (PSBD) afirma que o próximo presidente deve ter um conduta ética inquestionável, pois "só assim será possível resgatar a credibilidade da Câmara dos Deputados". O tucano lembra que, diante do quadro atual, caberá ao presidente pautar reformas necessárias que serão "fortes e impopulares". "É imperativo que a Câmara respire o clima de estabilidade, previsibilidade e tranquilidade", pontua Vilela.
Para o deputado João Henrique Caldas, o JHC (PSB), o próximo presidente precisa ter um perfil conciliador, visto que, segundo ele, a Câmara está acéfala e perdeu o ritmo de votações há meses. "Precisamos de alguém que trabalhe de forma colaborativa com o colégio de líderes, que tome decisões embasadas no regimento e as mantenha, de forma que a Casa possa seguir com o trabalho que lhe foi designado pela constituição", defendeu JHC
O deputado Paulo Fernando, o Paulão (PT), foi o único a revelar o voto. Ele criticou a postura que Cunha teve durante a presidência e se referiu ao deputado afastado como um grande patrocinador do que chama de "golpe". Segundo o parlamentar, hoje o PT tende a apoiar a candidatura do deputado Marcelo Casto (PMDB-PI) à presidência, devido ao fato dele ter votado contra a abertura do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. Os petistas acreditam que ele seria líder de um grupo dissidente do PMDB.
"É preciso que o próximo presidente tenha uma preocupação com o Brasil, inclusive, com uma pauta das minorias, como o público LGBT e negros. Não podemos colocar um presidente que tenha como missão principal pautar os projetos que querem retirar os direitos dos trabalhadores assegurados por lei", expôs Paulão.
AGazetaweb tentou ouvir os demais parlamentares, mas não obteve êxito.
A eleição para a presidência da Câmara registrava, até a noite dessa terça-feira (12), 13 candidaturas oficiais de deputados interessados em concorrer à sucessão de Cunha (PMDB-RJ) - o deputado Heráclito Fortes (PSB-PI) retirou sua candidatura no início da noite. Os parlamentares interessados em ingressar na disputa pelo comando da Casa terão até as 12h desta quarta (13) para oficializar as candidaturas. A eleição está marcada para as 16h de hoje.
Até uma hora antes da votação, é permitido que os candidatos registrados desistam de participar. Qualquer deputado pode lançar candidatura.
A votação é secreta e acontece pelo sistema eletrônico, onde são registrados os votos. Para ser eleito no primeiro turno, é preciso obter a maioria absoluta dos votos. Ou seja, considerando a presença de 257 deputados, são necessários os votos de pelo menos 129 congressistas. a Com a oficialização de candidaturas, os deputados já começaram a distribuir panfletos pessoalmente ou por meio de cabos eleitorais e a espalhar cartazes pelas dependências da Câmara.