As titulares Victoria, Simone e Ana Carolina, com toda a retaguarda de reservas e comissão técnica, escreveram um novo e especial capítulo na história do goalball feminino nesta quarta-feira, dia 14 de setembro de 2016. Pela primeira vez em Paralimpíada, o Brasil está entre as quatro melhores da modalidade na competição. E o feito veio de maneira tranquila.
No jogo seguinte aos dos meninos, que derrotaram a China por 10 a 3, as brasileiras não só entraram na quadra da Arena do Futuro com o mesmo pique, como fizeram mais. Em mais uma manhã inspirada da craque Victoria, as donas da casa passaram o carro para cima da Ucrânia e encerraram o duelo antes do estouro do cronômetro, por causa do placar de 10 a 0 (diferença de dois dígitos fecha a partida antes do cronômetro zerar).
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- Estou muito feliz pelo resultado, sempre acreditei que a gente chegaria até aqui. Quando eu acordei hoje, sabia que ia dar certo. A gente treinou bastante, se esforçou e escreve uma nova história para o goalball feminino. Estou muito feliz por contribuir - falou a emocionada e suada Victoria.
A menina de nome positivo foi responsável por sete dos 10 gols da equipe, seis no primeiro tempo. Ana Carolina, duas vezes, e Simone Rocha completaram a goleada. Na semifinal, as brasileiras vão enfrentar quem passar do confronto asiático entre China e Japão, a ser realizado na mesma Arena do Futuro nesta quarta.
Líder do grupo C na fase inicial, com três vitórias e uma derrota, o Brasil era favorito diante do quarto colocado do D, que não havia vencido um jogo sequer. Os torcedores que conseguiram estar presentes neste dia útil de trabalho logo comemoraram. Em dois minutos, Victoria balançou a rede ucraniana duas vezes. Nos primeiros 12, ela faria isso em mais quatro ocasiões, para ajudar o time a fechar a parcial por 7 a 0.
Menos intensas, as brasileiras não foram tão ligeiras no começo da etapa final. Um gol de Simone a 8m30 do fim, deixou a equipe perto da semifinal (9 a 0). A confirmação do lugar inédito só veio quase quatro minutos depois, com a camisa 9 acertando o canto do gol ucraniano e anotando seu sétimo na partida. Festa em quadra. O Brasil fica mais próximo de uma medalha paralímpica.
- Não sei o que dizer, não caiu a ficha ainda, estou muito emocionada, faz muito tempo que estou nesta luta, nesta busca. Não acredito que esse momento chegou. Só posso dizer que hoje foi o jogo da minha vida. Amanhã será o novo jogo da minha vida - declarou Simone Rocha, com a voz embargada, na zona mista. Ela está no esporte desde 1995.