Uma operação da Secretaria Municipal de Proteção ao Meio Ambiente (Sempma) derrubou, nesta terça-feira (29), duas barracas de palha construídas na beira do mangue no bairro de Pescaria, no litoral norte de Maceió. As construções, feitas com madeira proveniente também do manguezal, foram levantadas por um pescador local.
Segundo o Batalhão de Polícia Ambiental (BPA), o pescador, Agenor dos Santos, já havia sido notificado para derrubar as barracas, que eram utilizadas como lazer para a população local aos finais de semana. Como não foi registrado flagrante, ele foi apenas autuado por crime ambiental, inclusive por ocupar uma área pertencente à Marinha.
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"Ele foi autuado por infração ambiental, pois claramente desmatou essa área. Agora terá que prestar esclarecimentos na secretaria e será multado, num valor que vai depender de alguns fatores e também de quantas normas ele descumpriu e de quanto tempo vinha descumprindo", diz o secretário de Meio Ambiente, Antônio Moura.
O gestor destacou que o órgão chegou ao local por meio de denúncias dos próprios moradores. "Foram moradores da região que acionaram a secretaria para informar dessa irregularidade, assim como de outra região de mangue mais à frente que está sendo loteada. Agora temos uma arma que é o drone, que nos ajuda a averiguar isso".

A denúncia averiguada nesta terça-feira fica às margens do rio Meirim, na Pescaria. Na construção feita pelo pescador, foram apreendidas mesas, cadeiras, um refrigerador e outros materiais. As duas barracas também foram derrubadas por fiscais da Superintendência Municipal de Controle e Convívio Urbano (SMCCU).
À fiscalização, Agenor dos Santos afirmou que construiu o espaço como uma forma de lazer para a comunidade. "Coloquei isso aqui para a comunidade passar os finais de semana. Isso tem uns dois anos já, mas é tudo artesanal, feito de aproveitamento, não derrubei nada, não fiz obra. Aqui não tem uma praça, não tem nada para se divertir".
Ele também contou que, com a venda de produtos como churrasquinhos e bebidas alcoólicos, ajudava um sobrinho. "Ele quer ser músico e tirava um dinheirinho para comprar os equipamentos dele. Mas a gente limpava tudo, não deixava nenhuma sujeira", contou o pescador.
Além da SMCCU, da Sempma e do BPA, também participaram da fiscalização militares do Batalhão Escolar e a Guarda Municipal.

