Auxiliares e técnicos de enfermagem do Hospital do Açúcar, localizado no bairro do Farol, em Maceió, paralisaram as atividades nesta terça-feira (21) devido ao atraso no pagamento de salários e de uma parte do 13º. A paralisação é por tempo indeterminado. Apenas 30% dos serviços da categoria serão mantidos.
A negociação para o pagamento das dívidas entre a Secretaria de Estado de Saúde e os hospitais se arrasta desde o ano passado, quando começaram as negociações intermediadas pelo Ministério Público do Trabalho. As unidades cobram repasses de verbas por serviços prestados para que possam pagar funcionários.
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Segundo o presidente do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem de Alagoas (Sateal), Mário Jorge Filho, restam ser pagos os salários e férias referentes ao mês de fevereiro de 2017, além de metade do décimo, que ficou pendente de 2016. A direção do hospital disse que não possui prazo para quitar os débitos.
"A situação é insustentável, pois há profissionais que estão passando necessidade em casa. Paramos as atividades de imediato e só retornaremos quando houver a regularização dos pagamentos que estão pendentes", afirmou.
O assunto foi discutido novamente em audiência realizada no último dia 13, na 19ª Procuradoria Regional do Trabalho. Na ocasião, o procurador do Trabalho, Cássio Araújo, deu até o dia 4 de maio para que o Estado apresente uma normalização acerca da contratualização dos serviços prestados pelas unidades de saúde.

Vários hospitais enfrentam dificuldades financeiras desde o ano passado por conta dos atrasos dos repasses. Muitos deles, como é o caso do Hospital do Açúcar, dependem dos repasses do SUS para manter a folha de pessoal em dia.
Em dezembro de 2016, a Secretaria da Fazenda informou que deveria garantir, até o Natal, os repasses relativos a setembro e outubro, depois que os hospitais denunciaram que não possuíam condições de pagar o 13º salário dos trabalhadores. Apenas parte dos benefícios foi paga.
Assim como a ex-secretária, o novo secretário de Estado da Saúde, Christian Teixeira, reafirmou que não há condições de realizar os pagamentos no dia 15 do mês posterior à realização do serviço - reivindicação feita pelos hospitais -, mas disse que irá buscar uma solução para o problema.
"Nós aguardamos uma solução para este impasse, pois os prejuízos são inúmeros aos trabalhadores, mas a população é muito prejudicada, já que depende dos serviços oferecidos pelos hospitais", completou o presidente do Sateal.
