Durante bate papo promovido pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Alagoas (Crea-AL), o governador Renan Filho conversou com o jornalista Marcelo Firmino sobre assuntos pertinentes ao desenvolvimento de Alagoas. O chefe do Executivo falou sobre temáticas nacionais que influenciam diretamente na dinâmica local. Entre as pautas, ressaltou que discorda das atuais ideias que compõem a proposta de reforma da Previdência Social e do projeto de lei que autoriza a terceirização irrestrita.
"Terceirização irrestrita é perigosa e pode gerar a precarização do trabalho. Esse projeto deve ser muito bem pensado e analisado. Não se deve macular carreiras típicas de Estado", afirmou Renan Filho.
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Para o governador, não haverá vantagens para a população se determinadas esferas forem privatizadas. Já outros setores, se passarem por um processo de desestatização, podem tornar-se mais rentáveis. "Atividades realizadas por merendeiras, por exemplo, ou por auxiliares de serviços gerais e de limpeza, podem ser terceirizadas com o intuito de reduzir preços e melhorar a qualidade do serviço ofertado".
Proposta de reforma da Previdência Social
A proposta de reforma enviada pelo presidente Michel Temer no ano passado prevê, entre outros pontos, idade mínima de 65 anos para homens e mulheres poderem se aposentar; contribuição mínima de 49 anos para o cidadão receber aposentadoria; contribuição por pelo menos 25 anos para o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).
Para o governador de Alagoas, as ideias devem ser repensadas de forma mais equitativa. "Não concordo com a proposta atual. Ela basicamente transfere a conta para o Nordeste, para o trabalhador rural e para a mulher. Precisamos pensar uma forma mais equitativa para tratar essa questão. Não podemos olhar para o cidadão que mora no campo, da mesma forma que olhamos para o cidadão que mora na cidade", explicou.
Capital Privado
Questionado sobre a privatização da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal), Renan Filho afirmou que a proposta não é interessante por se tratar da tentativa de repassar uma empresa pública sucateada. Para reverter a situação, ele afirmou que é viável utilizar o capital privado para chegar onde o público não consegue. "Devemos incorporar no setor público pontos relevantes e que funcionam no setor privado", disse.
O chefe do Executivo ainda apontou para necessidade de reestruturar a Casal e investir em esgotamento sanitário. "A ideia é atrair capital privado para poder investir no esgotamento sanitário e, ainda assim, manter o controle da água e servir ao interesse da população", afirmou o governador.
Colocando projetos em prática
Sobre as propostas apresentadas pelo governo, Renan Filho afirmou ter total confiança na equipe técnica mobilizada para cumprir a agenda. "A sociedade demora um pouco para entender o que está sendo feito, ainda mais com esse momento conturbado que passamos no país. Mas estamos trabalhando firme para tocar obras muito importantes que estavam no papel, como o aeroporto de Maragogi", frisou.
Questionado sobre a violência, o governador afirmou que os números apontam para uma melhora na segurança e que isso é resultado do trabalho realizado pela atual gestão. "Enquanto em muitos lugares no Brasil a segurança vive um momento conturbado, estamos conseguindo melhoras os índices", ressaltou.