Julgada nesta terça-feira (16) pela acusação de homicídio, a ex-prefeita de Estrela de Alagoas, Ângela Garrote, culpou o ex-deputado Helenildo Ribeiro (já falecido) de tê-la envolvido na trama. Ela negou participação no crime que resultou no assassinato de José Roberto Rezende Duarte, ocorrido em março de 1999.
"Eu tenho certeza que essa acusação tem motivação política. É uma pena que quem fez isso comigo, que foi o deputado Helenildo Ribeiro, não está aqui pra responder", declarou, durante o júri popular, que aconteceu no Fórum de Maceió e foi presidido pelo juiz John Silas.
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Garrote disse, durante o interrogatório, que não tinha problemas de relacionamento com a vítima e nem com os parentes dela. "Sempre me dei bem com a viúva e com toda a família. Inclusive, depois de tudo isso que aconteceu, cuidei da mãe dele", afirmou. Ela contou que chegou a levá-la a um médico.
A ex-prefeita disse que só foi chamada pela polícia para depor depois que o então deputado a denunciou, lá em Brasília, quando integrava a bancada federal alagoana.

Em nota, a família do deputado Helenildo Ribeiro disse que respeita a tese da defesa e o resultado do julgamento. Relembrou que o deputado denunciou na tribuna da Câmara Federal o crime ocorrido no Distrito de Canafístula de Frei Damião, Município de Palmeira dos Índios, no ano de 1999 e que, naquele momento, Helenildo agiu como Promotor de Justiça "por ter entendido que a denúncia era cabida, e os fatos que tinha conhecimento o levaram a fazê-la".
"Mas em respeito à memória de Helenildo Ribeiro, homem público sério, responsável e honrado, que em todos os cargos e funções que desempenhou em sua vida, o fez com estrita obediência à Lei e aos melhores princípios e valores da sociedade, características difíceis de se encontrar nesse meio. Por isso, vimos a público refutar as afirmações da ex-prefeita, que em sua defesa, atribuiu a questões políticas menores, à denúncia feita à época, pelo deputado e Promotor de Justiça, Helenildo Ribeiro", .
Episódio
O crime ocorreu no povoado Canafístula, zona rural de Palmeira dos Índios. De acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público (MP/AL), a vítima foi assassinada a tiros por três homens que se passavam por policiais.
De acordo com a acusação, o homicídio teria sido encomendado por Ângela Garrote, na época primeira-dama de Estrela de Alagoas. Ainda segundo o MP/AL, o assassinato ocorreu porque José Roberto Duarte teria denunciado, junto aos meios de comunicação, supostas irregularidades de Ângela Garrote e do marido dela à frente da Prefeitura.
A defesa da ré alega que ela não teve envolvimento com o crime. Ângela Garrote foi pronunciada em maio de 2013 e será julgada por homicídio duplamente qualificado (mediante paga ou promessa de recompensa e à traição, por emboscada ou mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima).