Um grupo de 28 jovens soldados alagoanos do Exército, que participou da Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (MINUSTAH), desembarcou nesta segunda-feira (5), em Maceió. Longe de casa desde dezembro de 2016, os soldados foram recebidos com uma cerimônia de recepção no 59º Batalhão de Infantaria Motorizado (59º BIMtz).
O momento da volta para casa foi marcado por alegria e emoção. É quase unânime a resposta sobre a maior dificuldade dos seis meses longe de casa: a saudade da família.
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O soldado Eliekin Domingos, de 23 anos, não conseguiu esconder o nervosismo ao segurar pela primeira vez a filha Sara Gabriele, de dois meses. "Quero aproveitar o máximo com ela. No Haiti tem muita destruição. Quando eu via as crianças, lembrava da minha pequena que estava em casa", conta.
A esposa, Joseane Herculano, diz que a hora do parto foi o momento mais difícil do período de ausência do marido. "Eu estava com cinco meses de gestação quando ele foi convocado. Gostaria muito de ter tido ele ao meu lado na hora do nascimento dela. Mas graças a Deus deu tudo certo e agora estamos aqui".
Para o soldado Felipe Souza, de 23 anos, voltar para casa após tanto tempo fora é emocionante. "É uma missão muito desejada por nós soldados desde que incorporamos no Exército Brasileiro. Foi muito importante para mim. Com a convivência com uma realidade diferente, virei outra pessoa. Aprendemos a dar valor ao que temos aqui", conta.

O soldado Martiniano Miqueias, de 23 anos, também destacou a possibilidade de crescer e aprender com a missão. "Eu aprendi muita coisa, mudei muito, meu modo de pensar e agir. O que mais me motivou foi poder ajudar as pessoas de lá. Passei a valorizar cada centavo e principalmente a comida". Ao lado da base onde estávamos, viviam muitas crianças com fome, que nos pediam comida. Não podíamos dar comida, mas as vezes quebrávamos a regra. Somos seres humanos, né?", disse.
Segundo o Sargento Damasceno, o principal objetivo da missão no Haiti, país localizado no Caribe, é manter o ambiente seguro e estável. Ele explicou que esse contingente brasileiro é o penúltimo a realizar a missão no país e que o último deverá encerrar as missões em setembro deste ano. "Por se tratar de uma missão de paz, não necessita grande período de atuação. Já existe uma certa saturação pelo tempo previsto para essa missão, que era pra ter sido finalizada em 2012, devido ao grande terremoto em 2010, a missão se postergou até este ano. No momento a ONU tem outras prioridades e deve empregar as tropas em outros países que se encontram em situações piores neste momento", explicou.
