O Velódromo do Parque Olímpico, na Zona Oeste do Rio, foi interditado pela Defesa Civil do município neste domingo (30) após um incêndio. A causa será definida em laudo da Polícia Civil, mas, em nota, a pasta disse que "um balão caiu na lona que cobria a área e acabou incendiando essa cobertura".
Antes, o ministro do Esporte, Leonardo Picciani (PMDB), também havia responsabilizado a prática pelo acidente. O fogo foi extinto por volta de 2h30, mas o trabalho dos bombeiros - que começou por volta de 0h30 - só acabou perto das 8h. O local amanheceu com as marcas do incêndio no teto e o G1 flagrou um balão na entrada do Velódromo.
Leia também
A Defesa Civil, subordinada à Secretaria de Ordem Pública (Seop) do município, informou que parte do Velódromo foi isolada e que a "região comprometida pelo fogo permanecerá parcialmente interditada até que sejam realizados serviços de recuperação".
Não houve vítimas, mas a extensão dos danos materiais e a causa das chamas só poderão ser informados pela perícia, segundo os Bombeiros. Pelas imagens, é possível ver que parte da cobertura foi consumida pelo fogo.
Picciani divulgou dois vídeos e uma foto de balões caindo no Parque Olímpico na madrugada, um deles às 3h25. "Absurdo! Além do balão que queimou o Velódromo, vários outros caíram no Parque Olímpico", escreveu o ministro ao divulgar a foto.
'Muita tristeza', diz aposentado
O aposentado Alfredo Silva chegou ao Parque Olímpico para passear neste domingo já sabendo do incêndio. Para ele, o que aconteceu foi uma grande tristeza.
"Muita tristeza porque é uma coisa tão bonita. Um balão, uma bobagem. O estado já está sem dinheiro, como vai consertar isso? É um símbolo. O velódromo foi uma coisa que custou um dinheirão pra ser feito", disse Alfredo.

Nota do Ministério do Esporte
"O Ministério do Esporte lamenta profundamente o incidente ocorrido nesta madrugada na Velódromo do Parque da Barra e, ao mesmo tempo, critica essa prática criminosa de soltar balão. O Velódromo, legado dos Jogos Olímpicos brasileiro, vinha sendo utilizado por atletas e pela comunidade do Rio de janeiro."
"Aguardamos e confiamos na apuração e punição dos envolvidos por destruirem mais do que um bem público, um equipamento comum a todos. Após a perícia dos Bombeiros, avaliaremos os danos e medidas a serem adotadas para recuperação desse importante bem nacional."
A Autoridade de Governança do Legado Olímpico (Aglo) também lamentou o episódio ocorrido nesta madrugada. Em nota, eles repudiaram a prática de soltar balões.
"A prática de soltar balões é crime ambiental e, por isso, a autarquia repudia tal iniciativa. A expectativa é de que, após perícia, os envolvidos sejam devidamente penalizados por destruir o patrimônio público. Destacamos, ainda, que tomaremos todas as medidas necessárias para que o velódromo seja rapidamente recuperado e volte ao seu pleno funcionamento", diz a nota.
Inaugurado com atraso e gasto mensal milionário
O Velódromo foi inaugurado com seis meses de atraso, em 26 de junho do ano passado, e recebeu as competições do ciclismo de pista durante os Jogos Olímpicos do Rio. Foi a última instalação da Rio 2016 a ser entregue, ao custo de R$ 143 milhões, e a única a não receber um evento-teste antes dos Jogos.
De acordo com o Ministério do Esporte, desde o fim da Olimpíada, há quase um ano, o Velódromo foi reaberto e serviu e para competições e treinamentos. O evento Rio Bike Fest durou três dias e abrigou o Campeonato Estadual de Ciclismo de Pista, apresentações de manobras radicais e um passeio ciclístico pela área da Barra da Tijuca.
O Velódromo custa R$ 11 milhões por ano aos contribuintes em manutenção, limpeza e contas de energia e água, segundo o Ministério do Esporte. Só o ar-condicionado do local custará R$ 3,5 milhões de energia elétrica neste ano e não pode ser desligado, devido ao piso especial.