A última vítima do homem detido 17 vezes por crimes sexuais contra mulheres em São Paulo comemorou neste domingo (3) a decisão da Justiça em manter Diego Ferreira de Novais, de 27 anos, preso até ele ser julgado. O ajudante geral responderá pelo crime de estupro contra a empregada de 39 anos, cometido no sábado (2). Ele esfregou o pênis no corpo dela quando ela estava dentro de um ônibus no Centro da capital paulista.
"Eu me sinto grafitificada porque ele está preso. E querendo ou não eu ajudei a manter ele agora preso, e que nenhuma mulher mais corre o risco no momento de ser atacada por esse louco, doente", disse a empregada, que aceitou falar com o G1, sob a condição de que seu nome e foto não fossem divulgados.
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A mulher soube da decisão judicial ao ver a notícia publicada nesta manhã pela reportagem. "Eu estou feliz porque eu acho que tenho um pouco disso... uma parcela disso", disse ela, que nasceu no Ceará e há 20 anos trabalha em São Paulo. "Não vou deixar de andar de transporte público. Não tenho carro. Foi a primeira vez que fui abusada assim".
Na última terça-feira, também em um ônibus na Paulista, Diego chegou a ejacular sobre uma outra mulher. Na quarta-feira, no entanto, o juiz José Eugenio do Amaral Souza Neto entendeu não ter havido constrangimento ou violência contra a vítima e decidiu deixá-lo em liberdade. Neste domingo, após novo abuso no sábado, o juiz Rodrigo Marzola Colombini entendeu que ele cometeu mesmo o estupro e manteve a prisão.
"Eu me sinto... Meu deus! Eu não acredito ainda no que aconteceu comigo. Então, agora que eu estou me recuperando. Eu me sinto muito feliz [com a decisão]...", disse.
Crimes sexuais 'após coma'
No sábado, logo após ser detido, Novais disse ao delegado Rodrigo Camargo Nader, do 78º Distrito Policial, que os ataques sexuais a mulheres começaram a ocorrer depois que ele sofreu um acidente de carro em 2006 e ficou em coma por duas semanas e internado por dois meses.
Na decisão deste domingo que determinou a prisão preventiva, para que Diego fique detido até as conclusões do inquérito policial, o juiz Rodrigo Marzola Colombini considerou que neste momento era para analisar o flagrante, e que eventuais problemas psiquiátricos serão avaliados em "momento processual oportuno".