A defesa do grupo J&F; - holding controladora do frigorífico JBS - colocou à disposição, por meio de um ofício protocolado no Supremo Tribunal Federal (STF), os passaportes do empresário Joesley Batista e do diretor de Relações Institucionais do grupo empresarial, Ricardo Saud, dois delatores da Lava Jato.
Além disso, os defensores dos executivos da J&F; pediram para serem ouvidos pelo ministro Luiz Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, antes de o magistrado tomar uma decisão sobre o pedido de prisão. Não é usual acusados serem ouvidos pela Justiça antes de um mandado de prisão ser decretado.
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(Correção: inicialmente, esta reportagem informou que os passaportes de Joesley e Saud já haviam sido entregues. Na verdade, a defesa da J&F; colocou os documentos à disposição do STF)
O ofício foi entregue pelos advogados da J&F; nesta sexta (8), mesmo dia em que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a prisãode Joesley, Saud e do ex-procurador da República Marcelo Miller, que atuou ao lado do chefe do Ministério Público no grupo de trabalho da Lava Jato.
Joesley e Saud prestaram depoimento à Procuradoria Geral da República (PGR) na última quinta (7), em Brasília, para dar esclarecimentos sobre a gravação na qual, entre outros pontos, sugerem que contaram com o auxílio de Marcelo Miller para negociar os termos da delação premiada dos executivos da J&F; antes de o ex-procurador se desligar do Ministério Público Federal.