O prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB), criticou a análise do texto voltado à regulamentação do Uber no Senado Federal, que aprovou a matéria. Segundo o gestor, a corporação "faz um lobby, mas não gosta de pagar imposto e pratica o calote". As declarações foram feitas na manhã desta sexta-feira (3), durante a solenidade de entrega do Parque Infantil Sustentável na orla de Ponta Verde.
De acordo com Rui, a empresa Uber não quita impostos como deveria e explora a mão de obra dos motoristas a ela vinculados.
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"Vejo que a empresa não quer pagar imposto, essa é a grande verdade. Uma corporação de 20 bilhões de dólares que, em Maceió e na maioria das cidades brasileiras, não paga um real de imposto. Assim como o táxi, o Uber precisa ser regulamentado. Queremos que os motoristas passem por uma capacitação, precisamos saber se ele é apto. O que me parece é que a corporação faz um lobby, mas não gosta de pagar imposto. É uma corporação que pratica o calote", comentou Palmeira.
O Senado aprovou, na noite do dia 31 de outubro, o projeto que regulamenta o uso dos aplicativos de transporte no País, como Uber, Cabify e 99. Os senadores aprovaram o texto que veio da Câmara com duas principais alterações: retiraram a exigência da chamada placa vermelha e a obrigatoriedade de que os motoristas sejam proprietários dos veículos que utilizarem para a comercialização do serviço.
Quando um projeto é aprovado em uma Casa, seja a Câmara ou o Senado, o texto é enviado para a outra revisar. Se a segunda Casa modificar a redação, a proposta, então, retorna à Casa de origem para ser novamente analisada. Somente após a nova votação na Câmara, que ainda não tem data marcada, é que o projeto sobre os aplicativos será enviado à sanção do presidente Michel Temer.
CENTRO PESQUEIRO
Questionado sobre o Centro Pesqueiro, que deve ser construído no espaço antes ocupado pelos moradores da Favela do Jaraguá, Rui Palmeira disse que a obra tem sido um "problema sério", mas que a expectativa da administração é entregar, até o início do ano, a área que está cercada.
"Faltam alguns detalhes para que a gente possa passar o novo mercado para a parte de dentro. Nossa expectativa é de que, até o fim de janeiro, possamos entregar e remover o que resta da favela, fazendo com que os comerciantes passem para o mercado do peixe", explicou o prefeito, criticando que os trabalhos estão atrasados por culpa da empresa, que ganhou a licitação, mas não tem condições de fazer uma obra daquele porte.
"É uma empresa que, ao que me parece, não tem capital de giro e vai tocando a obra em um ritmo muito lento, apesar das cobranças. Chegamos num ponto em que temos que rezar e contar que essa empresa entregue a maior parte dessa obra até o início do ano", acrescentou.
POLÍTICA
Sobre as alianças políticas para o próximo pleito, o chefe do Executivo falou que não acredita que o PP deixe a base para se aliar ao PMDB. "Não acredito nisso de forma alguma. É um delírio". Já quanto a uma aliança entre o PMDB e o PT, ele disse que é "problema deles". "Sei que nunca estive com o problema e nunca quis estar. Ficam muito bem PT e Calheiros juntos", alfinetou.

PARQUE SUSTENTÁVEL
Na solenidade de entrega do Parque Infantil Sustentável, Rui palmeira afirmou que essa ação não tem nenhum custo para o Município e a construção de outros só depende da parceria com as empresas.
"Temos algumas possibilidades. Se o empresário, seja na parte baixa ou na parte alta, tiver o interesse em adotar uma área pública, basta procurar a Secretaria de Desenvolvimento Sustentável que o Município vai fazer a autorização, desde que ele passe a manter aquela área. É pouco burocrático esse processo, porque queremos que as pessoas adotem o maior número de áreas e ajudem a cidade a ficar cada vez mais bonita", pontuou Rui Palmeira.
O espaço está situado na orla de Ponta Verde e foi estruturado com brinquedos esculpidos em madeiras de eucalipto e pinus tratadas e provenientes de reflorestamento. Desta vez, a parceria firmada pela Prefeitura foi com o Lopana, que adotou o local e ficará responsável pela manutenção do Parque após a entrega.