Apontado como um dos maiores operadores da Operação Lava Jato, Raul Schimdt foi preso, neste sábado (3), na cidade de Sabugal, em Portugal. O luso-brasileiro foi preso pela Polícia Federal (PF) e também pela Polícia Judiciária. Agora, ele aguarda a extradição para o Brasil.
Raul Schmidt é investigado pelo pagamento de propinas aos ex-diretores da Petrobras Renato de Souza Duque, Nestor Cerveró e Jorge Luiz Zelada, todos envolvidos no esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa instalado na estatal.
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Além de atuar como operador financeiro no pagamento de propinas aos agentes públicos da Petrobras, ele também aparece como preposto de empresas internacionais na obtenção de contratos de exploração de plataformas da Petrobras.
Schmidt havia sido preso em Portugal em março de 2016, na primeira fase internacional da Lava Jato. Na ocasião, as autoridades brasileiras entraram com um pedido de extradição, mas a Justiça portuguesa permitiu a Schmidt responder ao processo em liberdade.
Antes da prisão, ele estava foragido desde julho de 2015. Ele morou em Londres, onde mantinha uma galeria de arte, mas, depois do início da Lava Jato, se mudou para Portugal em virtude da dupla nacionalidade. Ele foi preso em seu apartamento, localizado em uma região nobre de Lisboa.
Schmidt, que tem cidadania portuguesa, estava proibido de se ausentar do país sem autorização; o passaporte dele estava apreendido.
As autoridades brasileiras conseguiram, em janeiro deste ano, a extradição dele. Até sexta-feira (2), porém, ele era considerado foragido.
Agora, de acordo com o procurador da Lava Jato, Diogo Castor de Mattos, a extradição foi decidida em última instância; não cabem mais recursos.
Por causa de um acordo entre Brasil e Portugal, Schmidt só será julgado por atos praticados antes de dezembro de 2011, quando conseguiu a nacionalidade portuguesa.