O auditório da Escola Superior de Magistratura de Alagoas (Esmal), no bairro do Farol, virou palco de uma confusão generalizada que acabou em pancadaria na manhã desta terça-feira (6). O tumulto se deu antes mesmo da audiência pública que discute a privatização da Eletrobras Distribuição Alagoas. Apesar do calor das emoções, a audiência aconteceu e foi concluída, segundo os organizadores.
Logo no início da manhã, a reportagem daTV Gazetafoi até o local e constatou o forte aparato policial montado para garantir a segurança das pessoas que iriam participar da audiência. O trânsito na Rua Cônego Machado foi congestionado em virtude da interdição na rua que dá acesso à unidade de ensino.
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Apesar da operação montada, o público que compareceu à audiência não poupou esforços para mostrar revolta em meio à possível privatização da concessionária de energia elétrica em Alagoas. AGazetawebpresenciou a situação.
Bastante intenso, o protesto começou na Cônego Machado, onde trabalhadores, líderes sindicais, estudantes e outros membros da sociedade civil seguram faixas, fazem apitaços e gritos de ordem.
Nas dependências do auditório, o cenário é ainda pior: a grade que foi colocada para impedir o público de chegar ao palco foi arrancada. Além disso, gritaria, empurra-empurra e bolinhas de papel, copos e sapatos sendo jogados em direção ao palco, onde estão os representantes do governo federal, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDEs) e da Eletrobras.
Apesar do protesto, a audiência teve início com a tentativa de se discutir o assunto em pauta. Inclusive, os manifestantes foram informados de que o evento poderia ocorrer sem a participação do público.
Em meio à confusão, os trabalhadores e líderes sindicais desistiram de se pronunciar e combinam fazer um movimento do lado de fora da Esmal.
O representante do Sindicato dos Urbanitários de Alagoas, José Cícero, lamentou a presença do grande aparato de segurança antes e durante a audiência. "Pegaram o efetivo do estado para tratar o trabalhador com truculência e isto é inadmissível em um ambiente de democracia", afirmou.
Lidiane Gonçalves estava na audiência em nome do BNDES. Ela confirmou que, apesar do tumulto, "a conversa com a sociedade aconteceu". "Faz parte do processo de desestatização a discussão com a sociedade e isto efetivamente aconteceu", avalia.
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Já o representante do Ministério de Minas e Energia, Ricardo Brandão, informou que a intenção do governo federal era apresentar as informações do processo de privatização e o objetivo, segundo ele, foi concretizado.
"Infelizmente, isto aconteceu com um grande tumulto, mas conseguimos vencer os ritos do processo e a audiência aconteceu com sucesso", comentou.