Representantes do Governo de Alagoas e consultores do Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat) debatem, durante esta terça-feira (05), no Centro de Convenções de Maceoó, e apresentam resultados de ações desenvolvidas nas comunidades carentes da capital. Um dos exemplos colocados em discussão é o trabalho executado em Medellín, na Colômbia, referência em projetos da ONU voltados à população mais necessidade.
As Nações Unidas firmaram uma parceria com o Estado, que já desenvolvia o programa Vida Nova nas Grotas. A partir da colaboração, vários resultados são previstos, conforme explica a consultora da ONU Rayne Ferreti.
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"São resultados qualitativos sobre as grotas de Maceió, também de desenvolvimento econômico, de capacitação do quadro de servidores e de segurança pública (espaço público e prevenção à violência)", informa.

Em paralelo, há uma equipe de campo para fazer o diagnóstico de segurança urbana e na elaboração de estratégias de como o governo do Estado pode trabalhar o tema com enfoque na prevenção à violência.
Aqui, a parceria com a ONU foi iniciada em 2017, com a abertura do escritório do programa, que tinha a intenção de fazer o levantamento de informações. O trabalho deve durar mais uns cinco meses, segundo previsão da consultora. Em seguida, serão executadas ações concretas de melhorias nestes locais.
O vice-governador Luciano Barbosa informou que o Estado adotou uma política de atenção maior às comunidades mais carentes, sobretudo às grotas da capital. Ele revela que dentro do programa Vida Nova nas Grotas, 18 localidades já foram reestruturadas, atendendo esta camada mais vulnerável. Neste processo de organização, cita que a ONU foi despertada e decidiu vir a Alagoas para apresentar ações interdisciplinares que beneficiem estas comunidades.
"Vida Nova nas Grotas passa, agora, para uma segunda fase, que além da intervenção urbana, vai envolver outros setores do Governo do Estado para apoiar estas camadas que moram nas grotas", afirmou Barbosa.
O arquiteto e urbanista colombiano Alejandro Echeverri atuou em Medellín e diz que é preciso ter decisão política para intervir em zonas mais pobres e indicou como caminho programas de educação e cultura, para além da parte urbanística. Ele pontuou ser importante para isso o intercâmbio entre cidades da América Latina.
Já o diretor do escritório regional para a América Latina e Caribe do ONU-Habitat, Elkin Velásquez, considera que a falta de inclusão está ligada à violência nas cidades. Ele afirma que a ONU chegou em Alagoas para acompanhar a demanda do governo e que, para isso, deve usar de metodologias já comprovadas em outras localidades.