Brasília, a capital do Brasil, cidade-sonho de nossa história, vivia um pesadelo acordada, com nome e sobrenome: lixão da Estrutural. O maior lixão a céu aberto da América Latina e o segundo maior do mundo funcionou durante seis décadas. O depósito de resíduos, que ocupava uma área equivalente a duzentos campos de futebol, só perdia para o lixão de Jacarta, na Indonésia. Em janeiro deste ano, o governo do Distrito Federal encerrou as atividades do lixão, que ficava a menos de vinte quilômetros da Esplanda dos Ministérios.
O Governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, pontuou a importância de se ter fechado "o segundo maior lixão do mundo", destacando que Brasília quer ser exemplo para o Brasil. Das ações já praticadas atualmente na capital do país, está a valorização das cooperativas de catadores.
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"Hoje, todo o lixo reciclável passa pelas cooperativas. Há, no DF, a garantia de uso dessas cooperativas e já fizemos a contratação de 600 catadores para atuarem como agentes ambientais, para atuarem na educação dos moradores de Brasília e entorno", afirmou.
Orgulhosa, a capital do país decidiu reunir outras histórias bem-sucedidas e organizou o primeiro Congresso Internacional Cidades Lixo Zero. O evento começou no dia 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, e vai até quinta-feira, 7. A TV Mar, da Organização Arnon de Mello, é o único veículo de comunicação do Nordeste na cobertura do congresso.
Na abertura, um ponto em comum: a busca do Brasil por melhores práticas no descarte de resíduos sólidos e o empenho de cada instituição para, individual ou coletivamente, encontrar as soluções para os problemas gerados por um excesso daquilo que se considera lixo. Para o presidente da Câmara Legislativa do DF, Joe Valle, "o compromisso principal é levar o lixo zero às escolas e às casas do DF".
O oceanógrafo norte-americano Charles Moore é um dos mais importantes participantes do evento. Moore é o responsável pela descoberta da enorme ilha de lixo plástico que há no Oceano Pacífico e que foi descoberta por acaso. "Eu estava participando de uma regata entre a Califórnia e o Havaí. Busquei uma rota alternativa e me deparei com toneladas de detritos. A partir daí, decidi vender minhas ações na empresa de minha família e me tornei um defensor do mundo sustentável", garante o ambientalista.
Por sua vez, Jair Tannus lembrou que "lixo zero é uma escolha da população; é uma escolha de consciência, de não compra, de não consumo". Este é o caminho que "obrigará a indústria à uma mudança de paradigma", completou.
O BOM EXEMPLO ALAGOANO
Este mês, Alagoas fechou o seu último lixão. Agora, os 102 municípios fazem o descarte dos resíduos em aterros sanitários. A meta do Governo e das prefeituras é aumentar a coleta seletiva. Os exemplos do Cidades Lixo Zero podem ser o ponto de partida. Na semana que vem, aTV Marvai exibir uma reportagem especial com um balanço do congresso.