A Corregedoria da Polícia Militar de Alagoas confirmou que policiais estiveram na casa do jovem Alberto Luiz Monteiro Xavier Lins, no dia em que ele desapareceu, em março deste ano, no bairro da Serraria, em Maceió. Os levantamentos feitos até o momento apontam que quatro guarnições policiais estiveram na casa da família no dia do desaparecimento. A Corregedoria vai investigar a participação dos PMs na morte.
O corregedor-geral da PM, Reinaldo Cavalcanti, disse, em entrevista àTV Gazeta, que um PM havia sofrido um atendado, do qual o irmão de Alberto, Adalberto Victor,morto nessa quinta-feira(14), teria participação.
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"Por isso a guarnição foi na casa dele. Lá não o encontrou. Nesse meio tempo, encontraram o irmão mais novo, que era o Alberto e ele teria sido preso. E que a partir daí tinha desaparecido. Daí o envolvimento dessas guarnições".
O corregedor ressaltou que não se tem provas que a guarnição tenha apreendido Alberto, já que as investigações estão em andamento. Novos depoimentos acontecerão nos próximos dias. "Nove PMs serão ouvidos. Já foi solicitada a oitiva desses PMs, para que eles compareçam ao local de investigação e sejam ouvidos".
O PM que teria sofrido o atentado também será ouvido. "Em tese ele foi o pivô de tudo", disse o corregedor. O nome dos PMs não foi divulgado.
Ministério Público Estadual, a Defensoria Pública e a Comissão de Direitos Humanos da OAB acompanham o caso.
"A gente vai continuar acompanhando o processo. Pretendemos marcar uma reunião com o delegado do caso, até para solicitar mais informações, já que estamos conseguindo acompanhar mais de perto o inquérito policial militar. Continuaremos nessa busca pela solução desse fato ocorrido", afirmou Sandra Barbosa, presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB.
A Polícia Civil pediu mais tempo para concluir o inquérito e apontar se, de fato, houve participação policial no crime. "Eu já tenho indícios, estou robustecendo para poder indiciar alguém", disse o delegado Manoel Wanderley, da delegacia de Marechal Deodoro, responsável pela investigação.
Se a participação dos PMs for confirmada, eles podem ser afastados do cargo.
"A Polícia Militar não comunga com fatos assim e vai apurar até as últimas consequências. Espero que não tenha policiais envolvidos, mas, se tiver, nós vamos apurar. Não temos nenhum constrangimento nisso", afirmou o corregedor.