Com a intenção de relembrar a luta contra a intolerância religiosa, a Praça Dom Pedro II, localizada no Centro da cidade, foi palco de mais de 15 apresentações de grupos de cultura afro-brasileira na tarde desta sexta-feira (1). A oitava edição do evento "Xango Rezado Alto", é uma iniciativa da Fundação Municipal de Ação Cultural (Fmac) com os terreiros de Alagoas.
A programação foi destinada à memória do dia Quebra de Xangô, episódio que ocorreu há mais de 100 anos nos terreiros de Maceió e consistiu na perseguição do povo santo. Às 14 hrs, o cortejo cultural ficou por conta dos grupos Afro Dendê, Maracatodos, Afojubá, Baianas do Ganga Zumba, Taieiras Alagoanas, Afro Zumbi, Afro Erê e Afro Afoxé.
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Para Pai Célio, um dos organizadores, a iniciativa é uma forma de alertar a sociedade aos inúmeros casos de preconceito reliogoso "Estamos nos mobilizando nas ruas com faixas e cartazes, para que as pessoas percebam que o Brasil é um estado laico. Temos uma Constituição que garante liberdade ao culto e crença, por isso nós pedimos nada mais que respeito", expressa.

Ele ainda reforça que o evento também tem a intenção de combater todo o tipo de intolerância "Estamos lutando contra o preconceito não só religioso, mas cultural, racista, homofóbico e machista. Essa questão toca todos os segmentos".
Praticante há 25 anos, Isabel Caetano enfatiza o discurso do Pai Célio, e a importância das apresentações para a geração mais jovem "O essencial é perpetuar a nossa luta, levando esses ideais para as crianças e adolescentes não só da umbanda, mas de todo o país. Sempre digo a elas para lembrarem desse lema: resistir, nunca desistir", destaca.
No fim da programação, oito grupos do cortejo se dirigiram à Praça dos Martírios para dar continuidade as apresentações. São eles: Afoxé Obá Agodô, Maracatu Raízes da Tradição, Afoxé Odô Iyá, Afoxé Ofá Omim, Afoxé Ojum Omim Omorewá, Samba-de-roda K Posú Betá, Banda Afro Mandela e Companhia de Dança Aiê Orum.