Em Alagoas, 67,7% dos municípios não possuem nenhum tipo de estrutura de esgotamento sanitário por rede coletora em funcionamento, o equivalente a 69 cidades, entre as 102 existentes no estado. O dado é referente a 2017 e faz parte de uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (22), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
"Quando falamos que o município tem o serviço, apontamos que ele tem ao menos uma prestadora do serviço de esgotamento sanitário. Com isso não estamos dizendo que todos os domicílios têm o atendimento quando o serviço existe no município. Pode haver uma executora naquele município sem que haja a universalização do serviço", explica Fernanda Malta, gerente da pesquisa.
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Entre os 33 municípios alagoanos com rede coletora de esgoto em 2017, 24 possuíam Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) em operação (72,7%), índice superior à média do Brasil (62,8%) e do Nordeste (51,2%).
Também há um déficit na fiscalização do serviço, o que abre brechas para ligações clandestinas e descarte ilegal. Em 2017, dos 36 municípios alagoanos com rede de esgotamento, apenas 52,8% tinham fiscalização para implementação de sistema de esgotamento sanitário em loteamentos novos. O percentual, contudo, ainda está acima da média do Nordeste (41,4%).
"A OMS diz que a cada dólar investido no saneamento você economiza mais de três em custos de saúde. Então, se temos um esgotamento bom, ou seja, se há o tratamento, a coleta e a destinação final desse esgoto, isso vai refletir justamente na saúde e na qualidade de vida da população. Tem diversos estudos que apontam que se pessoa vive em um local com saneamento adequado, ela tem melhor condição de vida, estuda melhor e tem uma saúde melhor", diz Fernanda.