A falta de efetivo está levando ao fechamento de diversas delegacias na capital alagoana. Segundo o Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol/AL), os plantões noturnos do 1º Distrito Policial, no Centro; do 3º, na Ponta Grossa; do 6º, em Cruz das Almas; e do 22º, no Trapiche, foram substituídos por videomonitoramento.
Os agentes, diz a entidade, estão trabalhando apenas em horário comercial. "A maior prejudicada é a população, que fica desprotegida. Os bairros, as comunidades de Maceió ficam sem a proteção do Estado", aponta o presidente do Sindpol, Ricardo Nazário, que critica a decisão do governo de Alagoas.
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"Enquanto as facções criminosas estão se apoderando das comunidades, invadindo os bairros e amedrontando as delegacias, o poder de polícia do Estado está saindo. Isso é um retrocesso na Segurança Pública. Era para ser o contrário, se as facções estão dominando, era para o Estado estar lá, com delegacias abertas 24h".
De acordo com o presidente, outras ainda devem ser fechadas. "A Delegacia Geral da Polícia Civil já começou a fazer ofícios para os delegados informando que mais oito ou dez delegacias vão fechar também à noite", ressalta ele. "Já vinhamos denunciando isso há muito tempo", acrescenta ele.
Nazário destaca ainda que delegacias do interior também podem passar a funcionar no mesmo esquema. "O Sindpol alerta que isso vai refletir ainda mais para o interior, que já é carente. Fechar as delegacias dos municípios é um caos na Segurança Pública. E esse é projeto do governo do Estado".
Uma denúncia sobre a situação já foi feita ao Conselho de Segurança Pública (Conseg), além de audiências públicas, tanto na Câmara Municipal de Maceió quanto na Assembleia Legislativa. O sindicato aponta que também já realizou atos para chamar a atenção da população.
"Estamos preocupados com o atendimento à população. O povo de Alagoas fica à merce. Além da pobreza extrema, ainda tem a falta da Segurança Pública. Fizemos um apelo até para a própria Delegacia Geral, que dá como resposta que é questão de gestão e falta de efetivo e, devido a isso, estão fechando para concentrar tudo na Central de Flagrantes. Essa é a desculpa que eles dão", reforçou o sindicalista.