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Dependentes químicos eram 'dopados' em clínica de reabilitação, diz polícia

Segundo a Polícia Civil, havia 45 internos na clínica e todos eram mantidos em quartos com grades.

A maior parte dos 45 internos da clínica de reabilitação para dependentes químicos, que foi interditada na manhã desta segunda-feira (19), em Prudente de Morais, na Região Central de Minas Gerais, foi levada para lá involuntariamente, até mesmo com uso de força. A informação é da investigadora de Polícia Civil Sheiva Duarte.

Polícia Civil prende suspeitos de cárcere privado e maus-tratos em clínica de recuperação, em Prudente de Morais

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"Eles eram dopados. Há um 'caçador', uma pessoa que entra em contato com as famílias. Uma equipe ia até lá, pegava essas pessoas usando de violência e trazia para cá. Já foram vários relatos", afirmou.

A Polícia Civil prendeu oito pessoas em flagrante, entre eles o proprietário e funcionários da Clínica Novo Caminho. Os suspeitos foram levados para a Delegacia de Matozinhos, na Grande BH. Até o meio-dia, cerca de 15 vítimas já haviam sido ouvidas pelos policiais.

Ainda de acordo com a investigadora Sheiva, as famílias pagavam de R$ 800 a R$ 1300 mensais pela internação dos parentes, em contratos de seis meses. O valor podia, inclusive, ser parcelado.

"A sensação é que você está numa cadeia, né? Sendo que você está aqui para se tratar, não para ficar preso. Lugar de bandido é na cadeia. A gente está aqui para se recuperar das drogas, não para ficar psicologicamente machucado", disse um dos internos à TV Globo.

Os presos são suspeitos de maus-tratos a pacientes e animais, cárcere privado, lesão corporal, danos ambientais e abuso sexual. A corporação informou que montou a operação policial depois de uma denúncia anônima. Segundo a Polícia Civil, havia 45 internos na clínica, com idades entre 18 e 80 anos, e todos eram mantidos em quartos com grades, com várias pessoas por "cela".

"Quando chegamos, já encontramos 32 detentos em situação de cárcere privado, dentro de quartos e varandas totalmente trancados", relatou a delegada Priscila Pereira Saltos, que está a frente das investigações.

Priscila disse que a Secretaria de Assistência Social, juntamente com a Polícia Civil, está em contato com os familiares para que eles busquem os internos. Nos casos em que isso não for possível, será feita a realocação para outras instituições.

A delegada reforçou que a condução de internos contra a vontade deles é uma prática ilegal. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sancionou, em junho do ano passado, uma lei que autoriza a internação involuntária de dependentes químicos sem a necessidade de autorização judicial. No entanto, isso só vale para internações em unidades de saúde e hospitais gerais.

Irregularidades

A clínica não possuía alvará de funcionamento, nem licença do Ministério da Saúde. O Corpo de Bombeiros esteve no local para tomar as providências em relação à segurança e constatou várias irregularidades que colocavam em risco a integridade e a saúde dos internos.

O espaço não possuía extintores, nem projeto de combate a incêndio, e a fiação elétrica ficava exposta, com risco de curto-circuito. Os responsáveis informaram à polícia que o local funcionava desde fevereiro de 2020, mas a suspeita da corporação é que antes disso já havia internos por lá.

A equipe da TV Globo registrou paredes mofadas, fiação exposta, quatro pessoas em um mesmo quarto fechado, todos sem máscara, incluindo um idoso de 74 anos.

"O período da gente é muito curto do lado de fora", contou uma das vítimas.

O G1 entrou em contato com a Prefeitura de Prudente de Morais, mas não havia obtido retorno até a última atualização desta reportagem.

O que diz a clínica

Por telefone, um dos responsáveis pela clínica, identificado como Germano dos Santos, disse que está no Mato Grosso e que não pode se manifestar por não saber o que houve na clínica.

"Tem muita gente que está lá e que nunca recebeu maus-tratos. Vamos ver até onde vai essa denúncia e quem denunciou. Eu tenho plena certeza de que não tem maus-tratos lá, nem contra gente, nem contra animais", afirmou.

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