Depois que o Ministério do Meio Ambiente praticamente autorizou o relaxamento da fiscalização ambiental até em áreas de mangues protegidos por legislação ambiental, especuladores e invasores passaram a cerca em algumas áreas do País. Em Alagoas, os alvos da ocupação desordenada de manguezais, nos últimos dias, têm sido no Litoral Norte.
Os pescadores nativos de Porto da Rua, por exemplo, pedem ajuda dos núcleos de Meio Ambiente dos Ministérios Púbicos Federal (MPF), Estadual (MPE) e do instituto estadual do Meio Ambiente para as cercas que começaram a aparecer e que dificultam o acesso às praias, onde guardam barcos e material de pesca.
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Segundo os pescadores José Carlos da Silva e Antônio dos Santos, além dos acessos tradicionais, os posseiros e supostos proprietários de imóveis rurais não pouparam nem as áreas de manguezais. "Há indicativos de que as áreas foram cercadas para empreendimentos imobiliários. Existem ameaças até de aterramentos dos manguezais. Os locais, além de berçários naturais de reprodução marinha, têm muito caranguejo, fontes de alimentação e de renda da população nativa", dizem os pescadores.
"Os acessos às praias estão cada vez mais difíceis e perigosos", reclamou o pescador ,que se identificou apenas como "Zé Tainha". Segundo o pescador, os posseiros e proprietários colocaram cerca até em áreas de Marinha para atrapalhar os pescadores chegarem à praia pelos acessos tradicionais. "Ameaçam os que tentaram passar pelos antigos caminhos", completou.
Situação semelhante ocorre próximo ao distrito de Saúde, em Maceió. Grande faixa de manguezais foi aterrada e ocupada. As cercas, construções clandestinas, se multiplicam e avançam em direção ao rio do mesmo nome do distrito, conforme denunciam os pescadores locais que, também, temem represália por parte dos invasores dos manguezais.
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