Os vigilantes de Alagoas decretaram greve geral, a partir desta segunda-feira (3), para cobrar reposição salarial. O movimento está sendo comandado pelo Sindicato dos Vigilantes do Estado de Alagoas (Sindivigilantes/AL) e, conforme foi anunciado, só deve ser encerrado após o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) julgar o dissídio coletivo da categoria.
Em Alagoas, são cerca de 6 mil vigilantes, dos quais 550 trabalham em bancos espalhados pela capital e interior. Os trabalhadores pretendem se concentrar à porta das agências da Caixa Econômica Federal (CEF), sem impedir, no entanto, o acesso dos servidores.
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O presidente da entidade, José Cícero Ferreira da Silva, informou que a paralisação somente foi deflagrada por causa da falta de entendimento com as empresas, que não previam, este ano, qualquer melhoria nos salários destes profissionais contratados.
"Estas empresas alegam que a pandemia impede que se conceda reajuste em 2020, mas os vigilantes fazem parte das categorias enquadradas no serviço essencial. Muitas instituições permaneceram abertas e lucrando neste período de quarentena, a exemplo dos bancos. Portanto, esta não é a desculpa viável para nem aplicar a reposição inflacionária, já que abrimos mão do ganho real", explicou.
Segundo Ferreira, a campanha salarial foi iniciada em outubro do ano passado. Os vigilantes cobram aumento de 4,48% nos vencimentos e no valor do ticket-alimentação, retroativo a janeiro, mês da data-base da categoria. Este percentual equivale ao INPC [Índice Nacional de Preços ao Consumidor] acumulado do ano passado.

"Vamos permanecer em greve, já que este foi o último recurso que dispomos para que o TRT julgue o nosso dissídio. Foram três audiências judiciais com a presença do Ministério Público do Trabalho, mas as propostas apresentadas foram rejeitadas pelas empresas, forçando a categoria a optar pela paralisação", destaca o presidente.
Além do pleito salarial, os vigilantes cobram melhores condições de trabalho. O sindicato contabiliza que, desde o início da pandemia, oito profissionais morreram e mais de 100 foram infectados pela Covid-19. "E as empresas não estão dando assistência aos trabalhadores doentes", denunciou Ferreira.