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Lavrador descobre que estava 'morto' ao tentar buscar remédio em posto na BA

Segundo o INSS, o CPF do lavrador foi usado, por erro, na certidão de óbito da mãe

Um lavrador descobriu que estava "morto" ao tentar buscar um remédio em um posto de saúde, na cidade de Pedrão, que fica 130 km de Salvador.

O "morto-vivo" de Pedrão tem 58 anos e a maior parte do tempo cuida de uma roça de milho, e das galinhas que cria na zona rural da cidade. Dado como morto em 2011, ele só descobriu isso em 2016.

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"Essa história começou em 2016, quando fui pegar um remédio em Alagoinhas, porque eu sou hipertenso e aqui na cidade não tinha. Chegando no balcão, a moça disse que eu não poderia pegar porque eu estava morto", disse Raimundo Costa.

"E daí para cá começou a minha peregrinação atrás de provas para provar que eu estou vivo e até hoje estou me 'batendo' para ressuscitar", brinca Raimundo. Ele ainda conta que é alvo de piadas na cidade.

"Motivo de gozação eu sou até hoje. Na rua ninguém me chama mais de Raimundo Costa, me chama de defunto, morto-vivo, ninguém me chama mais pelo nome. Eu vou fazer o que? Levo na graça também. Se eu me esquentar é pior", disse.

O município de Pedrão fica no centro norte da Bahia. A população de pouco mais de 7.300 habitantes vive na paz de um lugar que há mais de um ano não registra nenhum assassinato. Porém, seu Raimundo, que está vivo, foi dado como morto.

Não existe um registro de óbito no cartório da cidade, mas para o Estado ele já morreu. O nome de Raimundo Costa está Sistema Informatizado de Controle de Óbitos do Governo Federal, o Sisobi. O curioso é que para a Receita Federal, o CPF dele está normal. Porém, para o desespero do seu Raimundo, o INSS, o SUS e até os bancos seguem os dados do Sisobi.

"Não pego empréstimo em lugar nenhum justamente porque está dizendo que eu sou morto, mas eu estou vivo. Estou precisando ressuscitar", disse.

Raimundo não sabe quem cometeu o erro e ele já tentou provar que está vivo. Ele procurou um advogado e entrou na Justiça em 2017, mas nada foi resolvido.

"Eu não sei como é que eu faço. Já pensou se eu não tivesse minha mulher e minhas irmãs, como é que estava? Como pagaria água, luz, comida? Eu estou precisando de dinheiro para comprar arames e limpar o meu 'pastinho', que está cheio de mato", conta.

Depois de tanto constrangimento, seu Raimundo só quer resolver a situação.

"Seguro safra eu não tenho direito, se eu quiser colocar umas próteses dentárias eu não tenho direito, médico eu não tenho direito, remédio eu não tenho direito. Falta um ano e meio para eu me aposentar e eu quero adiantar por causa disso, né? O maior motivo é esse, né? Já pensou chegar em agosto de 2021 e eu nessa condição?", questiona seu Raimundo.

"É uma vida que não está sendo de vivo. Todo direito que eu tinha, eu estou sendo privado", reclama o lavrador.

Segundo o INSS, o CPF do lavrador foi usado, por erro, na certidão de óbito da mãe. E, por isso, ele foi incluído no Cadastro Nacional de Óbitos, o Sisobi. O INSS orienta Raimundo a procurar o cartório onde foi feito o registro de óbito da mãe dele para mudar os dados do CPF e  retirar o nome dele do Cadastro Nacional de Óbitos no sistema.

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