Por muitas décadas, a seleção brasileira enfrentou as críticas e cobranças por nunca ter conquistado o ouro olímpico. O título inédito veio, enfim, no Rio de Janeiro, em 2016, diante do Maracanã lotado. Agora, a pressão é outra, pela defesa da medalha. Atual campeão, o Brasil decide uma vaga nos Jogos de Tóquio neste domingo, em clássico diante da Argentina, às 22h30 (de Brasília), na cidade de Bucaramanga, na Colômbia.
A responsabilidade por levar a seleção sub-23 à Olimpíada estará nos pés de jogadores que, apesar de jovens, já estão acostumados com grandes desafios. Alguns deles já atuam na Europa, enquanto outros, como Reinier e Bruno Guimarães, acabam de acertar transferências milionárias para o Velho Continente.
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Membros da Geração Z, como são chamados os nascidos entre 1995 e 2010, eles tentam evitar repetir os vexames de outros craques do passado que sucumbiram em Pré-Olímpicos.
Em 2004, por exemplo, a seleção brasileira era repleta de talentos, como Robinho, Diego, Nilmar, Elano, Luisão, Edu Dracena, entre outros. Todos eles tiveram carreiras de sucesso, conquistaram títulos no Brasil e no exterior, mas carregaram para sempre no currículo a mancha de não terem conseguido a classificação olímpica.
Naquele Pré-Olímpico, sob o comando de Ricardo Gomes, o Brasil precisava apenas de um empate na última rodada com o Paraguai, mas acabou derrotado.
"É uma desclassificação que vai ficar para toda a minha vida", afirmou Robinho, na época.
Ciente da pressão sobre os convocados, André Jardine tenta trabalhar o lado emocional de seus jogadores.
"A gente vai passar muita tranquilidade para eles, pela confiança que a gente tem no processo todo, na equipe e nas ideias que a gente construiu, mas especialmente na confiança que a gente tem neles, atletas que não estão aqui por acaso, atletas importantes, acostumados a jogar jogos decisivos. É passar essa tranquilidade e deixá-los muito conscientes de que nosso time está preparado e que eles possam desempenhar aquilo que estão acostumados a jogar. Que joguem de maneira natural, competitivos, organizados, mas com a parte mental forte e com tranquilidade para tomar as melhores decisões.", declarou o treinador, na véspera da partida.
Se for a campo com o time que treinou no sábado, o Brasil enfrentará a Argentina com: Ivan, Guga, Robson Bambu, Bruno Fuchs e Caio Henrique; Bruno Guimarães, Matheus Henrique e Reinier; Pedrinho, Paulinho e Matheus Cunha.