O garoto Danilo Almeida foi assassinado de maneira cruel, em outubro do ano passado, na oficina do padastro dele, José Roberto de Morais, acusado do crime. O menino teve traumatismo cranioencefálico, foi esganado e ainda sofreu abuso sexual. A conclusão da perícia foi acostada ao relatório final do caso, elaborado pela Polícia Civil (PC), e serviu de base para a denúncia contra o acusado, feita pelo Ministério Público Estadual (MPE), por quatro crimes, cuja soma da pena pode chegar a 66 anos de prisão, em caso de condenação.
Em coletiva de imprensa, na manhã desta terça-feira (28), o promotor de Justiça Rodrigo Soares informou que José Roberto foi denunciado por homicídio triplamente qualificado, mas também responderá por estupro de vulnerável, ocultação de cadáver e denunciação caluniosa.
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Isto porque, para o MP e para a Polícia Judiciária, o padastro do menino é responsável pelo homicídio. Além de matar, o acusado também abusou sexualmente do menor, escondeu o corpo dele na oficina mecânica por um período e ainda acusou os delegados responsáveis pela investigação de prática de tortura, quando, na verdade, segundo o promotor, estava tentado criar um factoide.
Rodrigo Soares classificou o assassinato como um crime hediondo e que, embora não tenha sido premeditado, era previsível. "Ele tem todo o perfil de um psicopata, mas só uma avaliação médica poderá comprovar isso. O crime poderia acontecer pelo histórico de violência que ele teve nos outros relacionamentos".
Segundo ele, a história da mulher do cabelo verde que surgiu no meio da dinâmica das investigações foi o padrasto que criou e pediu para que o outro irmão soltasse a versão. Apesar de todas as provas reunidas indicarem que ele foi o autor, José Roberto tem negado veementemente.
O promotor também revelou que o corpo de Danilo ficou escondido na oficina, desde que o homicídio aconteceu, até ser encontrado. Também disse que a informação de que a esposa esqueceu o talher e mandou Danilo levar procede. No entanto, antes de levar o talher, ele [o menino] se distraiu no meio do trajeto e acabou se dispersando com alguns colegas na rua.
"O estopim foi pelo fato de ele ter se atrasado para entregar o talher. Ele chegou a pegar o corpo da vítima no interior de sua oficina antes de desová-lo nas proximidades", revelou.
Para ele, o crime foi elucidado a partir de prova testemunhal e pericial. A perícia constatou que a criança não foi morta no local onde foi encontrada, apenas teve o corpo desovado no local, justamente a 30 metros da oficina do padrasto. Há também a constatação de que ela estava trajando uma camisa diferente da camisa com a qual foi vista pela última vez, o que demonstra que o autor tinha acesso às roupas da vítima.
"Está confirmada que a camisa pertencia à vítima, a mãe confirma isso. Há prova pericial em relação ao abuso sexual, e o MP não tem dúvida da autoria. No exame pericial foi constatada a presença de sêmen. O que não se conseguiu comprovar, pela impossibilidade de extração de DNA, é que esse DNA pertencia a ele, pelo fato de a criança ter sido lavada. Então, não foi possível a perícia extrair o DNA desse material coletado. Isso mostra que ele agiu de forma bastante fria a ponto de pensar nesses detalhes para fugir da responsabilidade criminal", reforçou o promotor de Justiça.
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