No início da tarde desta terça-feira (11), a Defesa Civil de Maceió interditou os blocos 7, 8 e 9 localizados no Conjunto Jardim Acácia, no bairro do Pinheiro, em Maceió. A ação aconteceu após moradores da localidade perceberem um significativo aumento das fissuras. Técnicos da Defesa Civil de Maceió inspecionaram os prédios e, após a visita, a decisão para assegurar a segurança dos moradores foi pela interdição.
De acordo com a Defesa Civil, a recomendação que as pessoas se mantenham afastadas da área isolada. Todos os edifícios já haviam sido evacuados há meses e estavam desocupados. No entanto, em quadras vizinhas, ainda há moradores, bem como havia a presença de alguns transitando entre os espaços das habitações.
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Márcio Rocha Cavalcante, moradores da localidade e responsável foi ter acionado a Defesa Civil, revelou que acionou os técnicos do órgão após observar o crescimento das rachaduras, além do afundamento de imóveis na região. Márcio ressaltou que este sofrimento vem há muito tempo e, apesar do laudo apontando a responsabilidade da Braskem com o problema, a Caixa não tem pago o seguro.
"Ao perceber o aumento das fissuras, fizemos um vídeo e mandamos para a Defesa Civil, pedindo providências. Nesta terça, eles vieram ao local e comprovaram a necessidade de interditar de vez essa região. Acredito que esta situação aumentou ao longo dos últimos 15 dias e nem precisou chover para isso", expôs Márcio, reforçando a queixa ao fato de a Caixa não liberar a seguro aos moradores com financiamento.

Moradora da localidade, Pâmela Penélope de Vasconcelos disse que saiu de sua casa em fevereiro de 2018 e, ao longo de todo esse período, viu sua residência, que era avaliada em R$ 500 mil, afundar, apresentar rachaduras e perder valor. A moradora cobrou que a Braskem assuma sua responsabilidade diante da tragédia que os moradores do Pinheiro estão vivendo. "Estamos só esperando a notícia de que a nossa casa caiu. Este era o nosso grande patrimônio. É muito triste viver tudo isso. As rachaduras só aumentam. É um sonho que vai ficando para trás", frisou ela.
Por meio de nota, a Defesa Civil Municipal informou que o isolamento foi necessário para evitar riscos à população que transita pela região.
Confira na íntegra:
Nota à Imprensa
A Defesa Civil Municipal informa que em trabalho de monitoramento foi constatada evolução das rachaduras nos blocos 7, 8, 9 e 15 do Conjunto Jardim Acácia, no bairro do Pinheiro, levando ao isolamento da área do entorno para evitar risco à população que transita pela região, uma vez que o conjunto habitacional está evacuado.
O local foi identificado com fita de isolamento de área até que uma estrutura mais eficiente seja instalada no entorno dos prédios.
VERSÃO DA BRASKEM
Também por meio de nota, a Braskem disse se solidarizar "com os moradores dos Bairros do Pinheiro, Mutange e Bebedouro pelos problemas que têm afetado a região". A empresa informou que desde o início desse processo as equipes da Braskem têm se empenhado, em conjunto com as autoridades e especialistas independentes, na busca da causa dos problemas e, a partir daí, das soluções mais adequadas e seguras para todas as pessoas
Confira a nota na íntegra
Nesse sentido, após a publicação do Relatório da CPRM, e posteriormente de seus anexos no dia 21/5, foi realizada avaliação técnica detalhada por equipe de especialistas externos à Braskem. Em 3/6 foi realizada uma reunião, coordenada pelo Ministério Público Federal (MPF), entre as equipes técnicas da CPRM, da Braskem e os especialistas externos. Nessa reunião, a Braskem apresentou questionamentos quanto a afirmações técnicas constantes do Relatório. A CPRM tem um prazo de 10 dias para responder os questionamentos apresentados.
Neste momento é fundamental que a causa seja de fato determinada com consistência, no tempo mais breve possível, de forma a se definirem soluções que garantam a segurança das pessoas que vivem nesses bairros. Adicionalmente, a Braskem continuará atuando em ações emergenciais na reg ião em conjunto com as autoridades.