Pessoas que ajudaram a remover o óleo encontrado nas praias de Pernambuco relataram ter sentido diversos sintomas após o contato com a substância. Ao menos 17 foram socorridas a um hospital de São José da Coroa Grande, no Litoral Sul, relatando dor de cabeça, enjoo, vômitos, erupções e pontos vermelhos na pele. Em sete dias, foram recolhidas 958 toneladas de resíduos nas praias do estado.
Segundo Antônio Carlos Barbosa, funcionário público, os sintomas apareceram logo depois do contato com o óleo, na sexta-feira (18). Ele atuou na retirada da substância no Rio Persinunga, na divisa com Alagoas.
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"Minha família vive da pesca e turismo, por isso, fui ajudar. Senti, no mesmo dia, vermelhidão e muita ardência na pele, justamente nos braços, porque não usei luvas ou qualquer proteção. Fui ao hospital, tomei um antialérgico e logo melhorei", relatou Antônio.
O coordenador da Defesa Civil de São José da Coroa Grande, Ivan Aguiar, também sentiu os efeitos do contato com o óleo. Ele participou da operação para retirada do óleo desde o primeiro dia e, no segundo, passou mal e precisou ser socorrido.
"No começo, tivemos que atuar sem equipamentos de proteção. Senti muitas cólicas abdominais e náuseas a ponto de ter que ir para o hospital. Na madrugada da sexta-feira (18), não aguentei e fui", disse Ivan.
Depois da medicação na unidade hospitalar, relembrou o coordenador da Defesa Civil, os sintomas desapareceram. "Tomei antialérgico e remédios para a cólica. Depois da medicação, não voltei a sentir nada. Também passamos a utilizar os equipamentos de proteção", declarou.
Presentes no petróleo, os compostos benzeno, tolueno e xileno são extremamente perigosos a longo prazo, segundo especialista em recuperação de áreas atingidas pelo óleo. Além de alto potencial cancerígeno, a exposição pode provocar doenças no sistema nervoso central.