O ex-governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, passou a noite de quarta-feira (11) e a manhã desta quinta-feira (12) com a esposa em casa, no município de Piraí, no Sul do Rio de Janeiro. Pezão preferiu não falar com a imprensa e também não saiu em nenhum momento da residência.
A previsão é que o ex-governador deixe a residência durante a tarde. Junto com o alvará de soltura que garantiu sua saída, ele recebeu uma intimação para que compareça, em 24 horas desde a soltura, em um endereço determinado pela Justiça para colocação da tornozeleira eletrônica, como informou o advogado de defesa dele, Flávio Mirza.
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O ex-governador deixou a Unidade Prisional da Polícia Militar, em Niterói, na noite de quarta-feira (11). A informação foi confirmada pela corporação e pela assessoria de Pezão.
De acordo com informações da assessoria de Pezão, a mulher do ex-governador, Maria Lúcia Jardim, foi buscá-lo no presídio e de lá os dois seguiram para Piraí, onde vivem.
O ex-governador estava preso desde novembro do ano passado, quando ainda exercia o mandato de governador. Ele é réu na Operação Lava Jato no Rio de Janeiro acusado de integrar um esquema de corrupção chefiado pelo também ex-governador Sérgio Cabral, de quem foi vice.
A saída de Pezão da cadeia aconteceu um dia após a decisão da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), na terça-feira (10).
Decisão do STJ
Votaram pela soltura os ministros Rogério Schietti, (relator), Nefi Cordeiro e Laurita Vaz. Os ministros Antonio Saldanha e Sebastião Reis Júnior se declararam impedidos ? os motivos não foram tornados públicos.
No lugar da prisão, os ministros estipularam as seguintes medidas cautelares:
- comparecer em juízo quando chamado
- monitoramento por tornozeleira eletrônica
- proibição de contato com outros réus
- proibição de ocupar cargos ou funções públicas
- proibição de deixar o Rio de Janeiro sem autorização judicial
- comunicar o juiz qualquer operação bancária superior a R$ 10 mil
- recolhimento domiciliar noturno entre 20h e 6h todos os dias
Segundo o relator Rogério Schietti, não havia mais razão para a manutenção da prisão preventiva de Pezão porque, segundo o ministro, não há riscos para o processo. Para Schietti, manter a prisão representaria uma antecipação da pena.
Para o ministro, as acusações contra o ex-governador do Rio são graves, mas os crimes de corrupção teriam ocorrido até 2016, e os de lavagem de dinheiro até 2007.
Assim, no entendimento dele, não haveria fatos atuais que justificassem a prisão. Além disso, Pezão não tem mais cargo público e não há elementos de que a suposta organização criminosa ainda esteja em funcionamento.
No caso de Pezão, a Sexta Turma considerou que não havia "sinais de relevante alteração patrimonial ou de estilo de vida típico de pessoas que ocupam postos de liderança em esquemas de corrupção". Os ministros também levaram em consideração problemas de saúde do ex-governador.