Quinze crianças e adolescentes foram resgatados, em situação de maus tratos e abandono, na cidade de Marechal Deodoro, no Litoral Sul de Alagoas. De acordo com o Ministério Público do Estado (MPE) de Alagoas, os menores foram encontradas dormindo no chão, sem comida na geladeira e sem condições básicas de higiene. Todos são filhos adotivos de um casal natural de Aparecida de Goiânia, em Goiás, e viviam em casas diferentes.
O Ministério Público de Goiás já estava acompanhando a situação dessa família e, quando eles se mudaram para Alagoas, o MPE de Alagoas mandou uma equipe multidisciplinar para visitá-los, no intuito de verificar a situação. Mas, ainda de acordo com o MPE, as visitas eram recusadas.
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Devido às recusas, os promotores conseguiram obter um mandado de busca e apreensão expedido pela Justiça. Com o documento em mãos, a equipe de resgate conseguiu entrar na casa e encontrou crianças dormindo no chão.
Na casa, a equipe flagrou grande quantidade de lixo, roupas espalhadas, piscina e cômodos da casa em situação insalubre.
Conforme o MPE, a família se dividia em duas casas, sendo uma com o pai e os filhos adolescentes, entre 12 e 17 anos, e outra com a mãe e os filhos menores, que não tiveram as idades reveladas.
O conselho tutelar, que também participou da ação, resgatou 7 adolescentes que estavam com o pai. Ele foi encaminhado para a delegacia de Marechal Deodoro, onde assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência e, em seguida, foi liberado.
Na outra casa da família, havia três crianças sozinhas. Outras duas estavam na escola. A mãe, até o começo da tarde, não havia sido localizada, assim como as últimas três crianças menores que supostamente são filhos do casal. As crianças foram levadas para uma casa de passagem da Prefeitura de Marechal.
O MP de Alagoas vai tentar escutar as crianças e solicitar ao pai os documentos da guarda, para saber se a adoção foi ou não legal. A promotora pode pedir a destituição da guarda ou manter elas no abrigo por mais tempo, a depender do que as crianças falarem.