Herói do título azulino, por defender as duas primeiras penalidades do CRB, o goleiro João Carlos deu a volta por cima com a conquista. O marujo relatou que sofreu ameaças da torcida regatiana quando resolveu vestir a camisa do CSA nesta atual temporada. O paranaense do Azulão foi ovacionado ao fim do clássico pelos torcedores presentes no Estádio Rei Pelé, neste domingo (21).Veja vídeo, ao fim da matéria.
"Eu ouvi muita ofensa quando vim para o CSA. Recebi ameaças, mensagens dizendo que queria que eu quebrasse a perna, eu não podia sair na rua, mas hoje eu consegui vencer", disse o arqueiro marujo, que defendeu uma cabeçada à queima roupa do atacante Zé Carlos aos 46 minutos do segundo tempo, levando a decisão para a marca da cal.
Leia também

A "pulada de cerca" de João Carlos aconteceu de forma turbulenta nos bastidores dos clubes rivais. O goleiro foi o salvaguarda que livrou o Galo do rebaixamento à Série C do Brasileiro em 2018, e no fim da competição, não houve renovação de contrato.
Após este episódio, o ex-atacante do CRB, Neto Baiano, veio a público mostrar o seu descontentamento com a mudança de lado do ex-companheiro de equipe. "Hoje, quero dizer pra melhor presidente que eu já trabalhei na minha vida, Marcos Barbosa, o homem que honra todos os compromissos que transformou o CRB em time grande, que eu jamais irei vestir azul nunca ou vou trair a nação regatiana. Fechado com o galo", disse Neto Baiano em sua postagem no Instagram após a polêmica.

À época, de acordo com o presidente regatiano Marcos Barbosa, a negociação não avançou "porque a pedida salarial era muito alta e, assim, ficou fora da realidade do clube". No entanto, João Carlos afirmou que não foi "procurado por ninguém". Nessa indefinição, veio o marujo presidente Rafael Tenório e o contratou para ser o titular azulino na Primeira Divisão.
"O CSA me estendeu a mão, me acolheu da melhor forma e, graças a Deus, eu consegui retribuir", declarou o jogador, emocionado, ao fim da conquista do bicampeonato. João Carlos atuou em 18 partidas do Azulão em 2019, entre Copa do Brasil, Copa do Nordeste e Campeonato Alagoano. O goleiro foi vazado 12 vezes, tendo uma média de 0,67 gols por jogo.