Os parentes de reeducandos do sistema prisional bloquearam a rua Barão de Maceió, próximo a Praça dos Martírios, no Centro, nesta terça-feira (30). O trânsito ficou congestionado na região.
O grupo, que se reuniu no início da tarde, cobra do governador Renan Filho (MDB) uma solução para a paralisação dos agentes penitenciários. De acordo com uma das manifestantes, que não quis se identificar, além das visitas, a entrada da alimentação para os reeducandos também está bloqueada. "Eles não deixam entrar por causa da greve. Tratam a gente como cachorro. Faz meses que a minha filha não vê o pai", reclamou a manifestante.
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Outra participante informou que muitas famílias são do interior do estado. Elas vem para as visitas com crianças e voltam porque não conseguem entrar. "E quando a gente vai e passa na máquina de raio-x, dizem que tem mancha onde não tem. Isso é pra não deixar entrar".
Segundo a representante do movimento, Pollyanna Soares, as esposas estão protestando para conseguir o retorno das visitas. "Nós pedimos, pelo menos, o direito de visita assistida pela Polícia Militar. E a alimentação, que eles já estão há duas semanas sem."
Ela ressaltou ainda que não foram contatadas sobre acordo nenhum que solucione a situação. E que, além disso, diretores do Sistema Prisional estiveram presentes em uma reunião nesta terça-feira, no Palácio do Governo.
"Estamos pedindo também a melhora do Sistema Prisional para que tenha mais visita, feira e alimentação. O Santa Luzia mesmo só entra uma feira por mês, no Cyridião Durval e no Cadeião não entram ovos. Os presos já estão pagando pelo o que fizeram. Todo preso merece uma visita", concluiu.
Presente na manifestação, a representante do Agreste, que se identificou apenas como Val, explicou que muitas mulheres estão vindo de outros estados sem saber da suspensão. "Por conta da paralisação das visitas, tem mães que vem de Pernambuco e não estão sabendo de nada. Elas voltam, gastam passagem e o que não tem. Tem senhoras de 70 anos e com câncer que chegam lá e não tem a visita. Na quinta, sexta e sábado da semana passada, as meninas estavam na porta do presídio e deixaram pra avisar só de 8h da manhã."
Uma reunião com a representante do movimento está marcada para esta quarta-feira (31), no Palácio do Governo, localizado no bairro Centro, para discutir a situação.
Os agentes penitenciários informaram que deflagraram greve para cobrar do Governo a realização de concurso público, já que o efetivo da categoria é pequeno. Além de pedirem a renovação da bolsa qualificação e o implante de um auxílio alimentação.
A via bloqueada foi liberada após acordo com os militares do 1° Batalhão de Polícia Militar (BPM), acionados para a ocorrência. Agentes da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) do programa Ronda no Bairro também estiveram no local para realização dos procedimentos cabíveis.