Um fóssil de uma nova espécie de pássaro pré-histórico preservado em âmbar. O animal, identificado como Elektorornis chenguangi, foi encontrado em Myanmar e tem uma das garras bastante alongadas, como lêmures e lagartos escaladores. A informação foi divulgada por pesquisadores chineses na quinta-feira (11).
O estudo divulgado pela revista "Current Biology" sugere que o pássaro, menor que um pardal, tinha uma maneira diferente de se alimentar com sua garra de quase 10 centímetros. Diz também que a deformação pode ter facilitado a locomoção da espécie entre as árvores há 99 milhões de anos.
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"Isso comprova que os pássaros pré-históricos eram ainda mais diversos do que acreditávamos. Eles evoluíram de maneiras muito diferentes para se adaptar ao ambiente", disse em nota o paleontólogo Lida Xing.
Os cientistas observaram que as estruturas das garras eram maiores e mais robustas na base e acreditam que por isso tinham pelos sensíveis ao tato, capazes de sentir o ambiente em busca de alimentos.
Também foram preservadas as plumagens da ave assim como pedaços da pele do animal. Pelas dimensões das asas, os pesquisadores podem dizer que o animal era capaz de voar e inclusive inferir a coloração da espécie por conta de traços de pigmentos marrom escuro.
Jurassic Park
A pata preservada em âmbar foi descoberta em 2014 no vale de Hukawn, na capital da Birmânia, que durante a era Mesozoica era cercado por árvores produtoras da resina, substância pegajosa, cor de caramelo que escorre pelo tronco.
Plantas e pequenos animais como lagartixas e aranhas costumam ser envolvidos pelo fluido e após milhões de anos se transformam em fósseis. Como no filme Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros, cientistas descobriram muitas especies extintas de animais, guardados em pedras de âmbar -é o caso da abelha mais antiga do mundo, também encontrada neste vale.