O Irã poderá enriquecer urânio até 5% para fins "pacíficos", segundo um conselheiro do guia supremo da República Islâmica, o aiatolá Ali Khamenei. O acordo nuclear internacional de 2015 tinha estabelecido um limite de 3,67% para o programa nuclear iraniano.
O enriquecimento de urânio "aumentará o que for necessário para nossas atividades pacíficas", afirmou Ali Akbar Velayati, conselheiro para Assuntos Internacionais do aiatolá Ali Khamenei, de acordo com a France Presse.
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"Para o reator nuclear de Bushehr, precisamos de um enriquecimento de 5%, um objetivo completamente pacífico", declarou em entrevista publicada na sexta-feira (5) na página on-line do aiatolá Khamenei.
A central de Bushehr (oeste) funciona com combustível importado da Rússia e é controlada de perto pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Na quarta-feira (3), o presidente iraniano, Hassan Rohani, anunciou que seu país passaria a enriquecer urânio acima de 3,67%, mas não deu mais detalhes.
Aumento do estoque
O anúncio de Rohani foi a segunda reação do governo iraniano à retirada dos Estados Unidos do pacto internacional e ao restabelecimento de sanções por parte de Washington contra Teerã. Na segunda-feira (1º), o governo confirmou que ultrapassou o limite previsto de 300 kg de estoque de urânio de baixo enriquecimento também previsto pelo acordo.
O urânio de baixo enriquecimento é usado para produzir combustível para reatores nucleares, mas, potencialmente, pode servir para a produção de armas nucleares.
Sob o acordo, o Irã foi autorizado a produzir um limite de 300 kg desse produto e poderia enviar as quantias em excesso para fora do país para armazenamento ou venda.
O aumento das reservas e o nível de enriquecimento reduzem o tempo estimado de um ano que o Irã precisaria produzir material suficiente para uma bomba nuclear. O governo nega que esse seja seu objetivo.