Uma multidão participou, em Maceió, nesta sexta-feira (14), do ato que marca o dia de Greve Geral em todo o Brasil. Com cartazes nas mãos e muitas palavras de protesto, os manifestantes se concentram na Praça Centenário, no bairro do Farol, e seguiram em caminhada em direção ao Centro da capital.
O trânsito na Avenida Fernandes Lima ficou interditado para passagem dos participantes do protesto, mas não houve tumulto no trânsito. O ato é o ponto alto do dia de mobilização, que foi marcado por diversas ações pontuais, como fechamento de vias em vários pontos do estado.
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A organização do ato estima que 20 mil pessoas atenderam ao chamado das centrais sindicais e foram às ruas dizer não à Reforma da Previdência e a outros projetos encabeçados pelo Governo Bolsonaro. A Polícia Militar não vai divulgar o número de participantes.
"É importante falar que a manifestação é pacífica e que transcorre tranquilamente, apesar dos transtornos de hoje. Em todas as manifestações, a sociedade adotou uma postura ordeira. Ao contrário do que houve em outros lugares, não registramos nenhum transtorno. Alagoas dá exemplo de como se manifestar. E a segurança pública vem garantir o direito à manifestação também", afirmou o major Sandro Roberto, diretor do Gerenciamento de Crises da Polícia Militar, que acompanha a mobilização.

Uma das pautas que levaram a multidão às ruas de Maceió foi a liberação do uso de agrotóxicos nos alimentos. "Foi liberado um número gigante de agrotóxicos que são proibidos em vários países. Estamos lutando contra essa medida absurda e em prol da alimentação saudável, do meio ambiente e da saúde", afirmou a engenheira ambiental, Nayara Thayrona, de 26 anos.

Com uma bandeira do Brasil nas mãos, a agricultora Maria José, de 33 anos, participou da manifestação pelo direito de se aposentar e por dignidade. "Viemos reivindicar a derrubada das medidas do Bolsonaro, que não gosta da gente e quer prejudicar a aposentadoria do pobre. Eu acredito que a reforma poderia ser feita de outro jeito", destacou.
Em meio ao protesto pacífico, a jornalista Fátima Almeida ficou machucada depois que três motoqueiros furaram o bloqueio. Ela machucou o pé e uma das pernas. "Eles colocaram por cima com vontade. Por sorte, não machucaram várias pessoas", afirmou.
Universitários também participaram do ato e cobraram mais investimentos em educação e retomada das pesquisas cientificas, que foram reduzidas após cortes do governo federal.
Um dos estudantes e coordenador do Centro Acadêmico Guedes de Miranda, organização estudantil do curso de direito da Universidade Federal de Alagoas, Matheus Souza classificou a manifestação como histórica.
"A conjuntura atual é muito crítica, Universidades e Institutos Federais na eminência de paralisarem suas atividades, bolsas de pesquisas e orçamentos para custeios sendo bloqueados, portanto, essa greve geral nada mais foi do que uma resposta à altura da gravidade e dos retrocessos que enfrentamos", declarou o estudante.
"Estudantes, trabalhadores e movimentos sociais unidos em defesa da educação pública, gratuita, democrática, inclusiva e de excelência, de uma previdência social humana e fraterna, em defesa dos serviços públicos e do Estado Democrático de Direito. A greve geral foi histórica! Nós escrevemos uma história de resistência e de afirmação que estamos atentos e fortes", completou.
