Não é novidade para ninguém que as praias de Alagoas são conhecidas mundialmente pela beleza. Quem chega nas orlas do estado se deslumbra com o azul encantador do mar. Porém, a situação das lagoas e do mar alagoano fazem parte da estatística divulgada pela organização World Wide Fund for Nature (WWF), em que o Brasil se configura como o quarto maior produtor de lixo plástico no mundo. Segundo a Superintendência de Limpeza Urbana de Maceió (Slum), cerca de 8.400 quilos de resíduos descartados irregularmente foram retirados do mar e lagoas no ano passado.
No dia 10 de março, o presidente Jair Bolsonaro informou, por meio das suas redes sociais, que o Ministério do Meio Ambiente realizará uma ação no Dia Mundial da Água (22). Com a intenção de combater a poluição marítima, uma armação de metal de 15 metros de comprimento, em formato de tubarão-baleia, será utilizada na retirada de lixo do mar. Ainda de acordo com o presidente, a campanha será a primeira etapa da agenda ambiental urbana.
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Todos os anos são feitas campanhas de conscientização para alertar a população sobre o perigo e o impacto do descarte irregular de lixo em praias e lagoas. Mas, ainda assim, durante um banho de mar é comum dividir espaço com embalagens de alimentos ou materiais descartáveis. Esse tipo de lixo leva em média 450 anos para se decompor na natureza.
Em conversa com aGazetaweb, o professor e coordenador do Laboratório de Biologia Marinha e Conservação (Lamarc) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Robson Guimarães, revela a estimativa de que 5 trilhões de fragmentos de material plástico estejam flutuando nos oceanos. Apenas no ano de 2010, avalia-se que entraram nos oceanos entre 5 e 12 milhões desse tipo de resíduo.
O tempo de convivência com esse material, quando jogado no mar e em lagoas, é enorme e o impacto no meio ambiente acaba afetando não só o local para banho, mas também todos os tipos de vida marinha que existem ali.
Entre os animais, as tartarugas marinhas são as maiores vítimas do problema da poluição causada pelo homem. Ao confundir o plástico com alimento, elas acabam ingerindo o material e sentem a falsa sensação que estão satisfeitas. Esses animais perdem peso, ficam enfraquecidos e doentes. Então, terminam encalhando nas praias. Muitos desses bichos são resgatados ainda com vida, porém devido à situação degradante em que se encontram, eles acabam não sobrevivendo.

Ainda segundo Robson Guimarães, durante um trabalho de pesquisa realizado em 2015, em que foi avaliada a ingestão de plástico por tartarugas marinhas ao longo da costa brasileira, foi analisado que, em média, 70% dos animais haviam ingerido plástico.
