A Justiça Alagoana determinou o bloqueio dos bens do advogado Sinval Alves, acusado de mandar matar o sócio, o também advogado José Fernando Cabral de Lima, em um escritório no bairro de Ponta Verde.
A decisão do juiz Jonh Sillas da 8º Vara Criminal da Capital foi publicada na última terça-feira (26). O pedido foi feito pelo advogado Thiago Pinheiro, representante da família da vítima há cerca de três meses.
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Segundo o defensor, vários documentos de propriedade, como o de um apartamento, foram colhidos e apresentados ao juiz para provar a propriedade dos imóveis. "Apresentamos para que o juiz soubesse quais bens seriam tornados indisponíveis. Agora, o bloqueio vai servir para que o réu não os venda."
O pedido tem como objetivo assegurar uma futura indenização à viúva e às duas filhas da vítima, esclareceu o advogado. "Estimamos os bens em cerca de dois milhões. No entanto, apenas o juiz pode dar o valor final no fim do julgamento. Atualmente, o processo está na fase das alegações finais e, depois, será a sentença de pronúncia. Saberemos se vai a júri ou não."
Sobre o julgamento, Thiago Pinheiro acredita que a condenação deve sair ainda em 2019. "Pretendemos ter uma condenação esse ano e, não tendo nenhum recurso, os bens poderão se tornar uma futura indenização para a família da vítima", disse.
Crime
Umadvogado morreu dentro de uma galeria, localizada na avenida Professor Sandoval Arroxelas, no bairro Ponta Verde. O crime aconteceu no dia 3 de março de 2018 e, inicialmente, foi tratado como um latrocínio.
Segundo o 1º Batalhão de Polícia Militar (BPM), a vítima, José Fernando Cabral de Lima, de 52 anos, foi baleado quando dois suspeitos tentaram assaltar a empresa de advocacia no qual era sócio.
No momento, os suspeitos armados chegaram ao local e renderam o vigia, tomando o celular dele. Logo após, subiram para o escritório, onde a vítima estava com outro sócio. Como não encontraram dinheiro, atiraram e fugiram apenas com o aparelho telefônico do funcionário. José Fernando morreu na hora.
Os criminosos, que conseguiram fugir do local em uma moto, foram identificados como Denisvaldo Bezerra da Silva e Irlan Almeida de Jesus. Eles foram presos poucas semanas depois.
Após investigação, a Vara de Execução Penal confirmou, em agosto de 2018, que o advogado Sinval Alves é o suspeito de mandar matar o próprio sócio. Ele estápreso numa cela especial no Presídio Baldomero Cavalcanti, no Tabuleiro dos Martins, desde o dia 13 de abril de 2018.
A informações apuradas pelo polícia também dão conta de que o homicídio foi motivado porque Sinval devia a Fernando cerca de R$ 600 mil, referentes a honorários advocatícios.