Faltando um ano e meio das eleições de 2026, a movimentação política em Alagoas já está em intensa. A caça aos votos já começou.
Pré-candidatos a deputado estadual, em especial aqueles com influência nos municípios, começam a circular pelo estado, organizando agendas, visitando lideranças e testando o terreno eleitoral. A antecipação não é por acaso: a disputa por uma cadeira na Assembleia Legislativa promete ser uma das mais acirradas dos últimos tempos.
O ex-prefeito de Palmeira dos Índios, Júlio Cezar, é um dos primeiros a colocar o bloco na rua. Tem participado de reuniões e encontros políticos, sinalizando a intenção de disputar uma vaga na ALE em 2026. E ele não é o único. Nomes com capital político local, especialmente ligados a prefeituras, surgem como fortes pré-candidatos e podem desbancar parte dos atuais parlamentares, ainda que esses estejam bem posicionados.
Atualmente, a Assembleia Legislativa de Alagoas é composta por 27 deputados estaduais. A maioria dos que ocupam hoje essas cadeiras está bem estruturada para buscar a reeleição. Contam com assessorias robustas, recursos de emendas parlamentares e bases eleitorais consolidadas.
Contudo, isso não garante uma reeleição tranquila. A pressão por renovação e a entrada de nomes com peso nos municípios colocam novos ingredientes nessa disputa.
Entre os nomes cotados para estrear na disputa estão: Ceci Hermann, atual prefeita de Atalaia; Lucas Barbosa, filho do prefeito de Arapiraca, Luciano Barbosa; Guilherme Lopes, filho do prefeito de Penedo, Ronaldo Lopes; e integrantes do clã Beltrão, como Márcio ou Március, irmãos do prefeito de Coruripe, Marcelo Beltrão.
E não é só. Hugo Wanderley, ex-prefeito de Cacimbinhas, deve concorrer no lugar do pai, o deputado estadual Zé Wanderley, com amplas chances de vitória.
Esses exemplos não são isolados. Na atual legislatura, ao menos 12 dos 27 deputados têm ligação direta com prefeituras, seja por terem sido prefeitos, seja por serem parentes próximos de gestores municipais. A influência do poder municipal segue sendo um dos pilares mais fortes das eleições proporcionais em Alagoas.
Outro fator que pode acirrar ainda mais a disputa é a possibilidade de redução no número de cadeiras da Assembleia — de 27 para 24. Caso a mudança se concretize, haverá menos vagas em disputa e mais concorrência, elevando o custo político e eleitoral de cada mandato.
Internamente, há ainda uma articulação liderada pelo presidente da Casa, Marcelo Victor, com o objetivo de garantir a reeleição do maior número possível de deputados atuais. Um pacto informal entre os parlamentares mira na manutenção dos mandatos e, naturalmente, fecha o cerco para novos nomes, que precisarão conquistar votos em regiões já comprometidas com candidaturas consolidadas.
As bases eleitorais, aliás, já estão praticamente todas ocupadas. Poucas lideranças municipais ou comunitárias permanecem "livres" para negociações, o que pode dificultar ainda mais a vida dos estreantes. Mesmo vereadores, suplentes ou ex-candidatos hoje têm compromissos firmados com deputados que ocupam mandatos ou com grupos políticos que já definiram seus rumos para 2026.
O fato é que, mesmo sem campanha oficialmente iniciada, a disputa já começou. A corrida por votos, por espaços e por alianças está em pleno andamento. Em Alagoas, a campanha para 2026 não começa em agosto do ano que vem. Começou agora — nas redes sociais, nas agendas de visita aos municípios e nas estratégias de bastidor.
Veja a análise no vídeo