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‘Grau’ avança das redes para o asfalto de Maceió

Infração gravíssima e, em muitos casos, crime de trânsito, prática desafia a segurança pública


			
				‘Grau’ avança das redes para o asfalto de Maceió
Amigos de jovem morreu no Ceará ao realizar uma manobra de 'grau' prestaram homenagem em seu sepultamento. Reprodução

Em rodovias e aglomerações clandestinas, grupos de motociclistas têm se reunido para praticar manobras arriscadas, como o perigoso “grau” — quando a moto é empinada sobre uma roda. Essa prática, popular em Alagoas, ganha adeptos rapidamente e se espalha entre gerações e pelas redes sociais, colocando em risco a vida dos condutores e da população.

Considerada uma infração gravíssima e, em muitos casos, um crime de trânsito, a execução da manobra desafia a segurança pública.

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Os mais adeptos são os jovens, que divulgam vídeos em redes sociais, como Instagram e TikTok, mostrando motociclistas realizando o “grau” em vias públicas. Além disso, eventos exclusivos para esse tipo de manobra têm sido realizados, com participantes de várias regiões viajando com suas motos para exibir as manobras.

A prática, no entanto, tem mostrado suas consequências trágicas. No dia 6 de abril, um jovem morreu no Ceará ao realizar uma manobra de “grau” e se envolver em um acidente.

No Agreste de Alagoas, no último dia 16, um motociclista foi detido após realizar manobras perigosas durante uma procissão religiosa na Avenida Tiradentes, no centro de Girau do Ponciano. Segundo o relatório da Polícia Militar (PM), o condutor da motocicleta Honda CG 150 Titan, de cor vermelha, fez zigue-zagues pela pista e, em seguida, empinou a moto. A guarnição realizou o acompanhamento e interceptou o veículo. Durante a abordagem, foi constatado que o motociclista não possuía Carteira Nacional de Habilitação (CNH). O veículo foi apreendido.

Para conter essa popularização, o Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran) intensificou, desde o ano passado, as fiscalizações em todo o Estado, com a Operação Zero Grau. De janeiro a abril deste ano, quatro ações já foram realizadas, resultando em dezenas de autos de infração, apreensões de veículos e prisões.

O comandante do BPTran, major Daniel Souza, explicou que as ações têm identificado crimes previstos tanto no Código de Trânsito Brasileiro (CTB) quanto no Código Penal. “Em casos específicos de “grau”, é lavrado o Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), a depender do fato flagrado, como na exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, o que está previsto no artigo 308 do CTB”, afirmou.

Segundo o militar, a infração mais comum durante as fiscalizações é a prevista no artigo 244, inciso III, que trata da condução de motocicleta fazendo malabarismo ou equilibrando-se em uma roda. A prática é recorrente em diversas regiões da capital e do interior. Em alguns casos, os motociclistas tentam fugir das abordagens policiais em alta velocidade, o que pode configurar direção perigosa, conforme o artigo 311 do CTB — que trata de trafegar de maneira incompatível com a segurança em locais com circulação de pessoas.

AÇÃO EDUCATIVA

Além da repressão, a atuação educativa tem sido reforçada. O Departamento Municipal de Transportes e Trânsito (DMTT) informou que educadores promovem ações voltadas à conscientização de motociclistas, com orientações sobre boas práticas.

O órgão diz que a fiscalização foi ampliada nas áreas alta e baixa da capital, com base nas denúncias recebidas da população, que podem ser encaminhadas por meio do aplicativo NOI Cidadão, pelo número 118 (de segunda a sexta-feira), ou pelo telefone 3312-5340, disponível 24 horas.

O comandante do BPTran informou que o principal desafio enfrentado no combate ao grau é cultural. “A prática é frequentemente disseminada nas redes sociais, especialmente entre os jovens, como algo ‘normal’ e, muitas vezes, vista como símbolo de status ou habilidade”, explicou.

PROJETO DE LEI PROPÕE ESPAÇO ESPECÍFICO

Em resposta à crescente demanda de praticantes do “grau”, a Câmara Municipal de Maceió aprovou, em 2021, um Projeto de Lei de autoria do vereador Leonardo Dias (PL), que propõe a criação de um espaço destinado para a realização desse tipo de manobra. A matéria é uma cobrança antiga dos esportistas, que reivindicam um local seguro e regulamentado para fazer o que consideram uma modalidade esportiva.

O projeto, desenvolvido com a colaboração dos praticantes, visa proporcionar um ambiente controlado, com estrutura adequada para manobras radicais. O vereador diz acreditar que um espaço adequado poderia minimizar os riscos de acidentes.

“O grau de dificuldade das manobras exige que haja um espaço estruturado, com a presença de profissionais de saúde e de uma ambulância, além de exigir o uso de equipamentos de segurança e a documentação dos veículos e praticantes em dia”, afirmou Leonardo Dias.

Em 2021, o projeto foi aprovado em primeira discussão e estava aguardando a aprovação final na Câmara. Dias informou que, apesar da aprovação inicial, o debate não avançou como esperado. “O município chegou a avaliar a cessão de um espaço na Villa Olímpica Lauthenay Perdigão, mas nada foi decidido. É imprescindível que isso seja resolvido o mais rápido possível, para evitar novos acidentes”, afirmou o parlamentar.

O vereador ainda ressaltou que, em 2025, a situação continua sendo uma preocupação, já que, além das infrações de trânsito, os acidentes envolvendo essas manobras têm gerado uma sobrecarga no sistema de saúde, com vítimas ocupando leitos nas UPAs e hospitais.

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