O júri popular dos réus Mary Jane Araújo Santos e Karlo Bruno Pereira Tavares, acusados de envolvimento no homicídio de Roberta Dias, foi retomado nesta sexta-feira (25), com os debates da acusação e da defesa dos réus. O julgamento teve início na terça-feira (23).
O promotor Sitael Lemos vai sustentar a tese de homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, corrupção de menores e aborto provocado por terceiro.
À época, a jovem, de 18 anos, estava grávida de três meses.
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O julgamento está sendo conduzido pela 4ª Vara da Comarca de Penedo e presidido pelo juiz Lucas Dória.
Em depoimento, o namorado da vítima, Saulo, confessou ter assassinado a jovem, de 18 anos, que estava grávida de três meses. A motivação para o crime seria a não aceitação da jovem em interromper a gravidez.
A mãe de Saulo, Mary Jane, e Karlo Bruno, um amigo dele, - réus do júri - negaram saber do plano de homicídio. Saulo afirmou que nem Mary Jane, nem Karlo estavam cientes de que ele realmente executaria o crime, sendo eles apenas coniventes, sem saber da execução do homicídio.
Depoimento emocionado no tribunal
Durante o julgamento, a mãe de Roberta, Mônica Reis, prestou um depoimento emocionado que durou cerca de 30 minutos. Ela teve que interromper seu relato várias vezes devido ao choro intenso, especialmente ao relembrar o momento em que foi informada sobre o desaparecimento de sua filha e a descoberta de sua gravidez.
Mônica detalhou as dificuldades que enfrentou para encontrar a filha, contando como, mesmo após a polícia afirmar que não havia mais chances de encontrar Roberta, ela seguiu seu instinto de mãe e conseguiu, com recursos próprios, localizar o corpo da jovem usando máquinas e retroescavadeiras.
Relembre o caso
Roberta Dias desapareceu após sair de casa para uma consulta médica, em Penedo, no ano de 2012. Ela foi vista pela última vez em um ponto de ônibus, após sair de uma unidade de saúde. As investigações indicam que a jovem foi sequestrada, levada a um local deserto, asfixiada com um fio de som automotivo e enterrada em uma cova rasa. A ossada foi localizada em 2021, no município de Piaçabuçu.
Segundo a denúncia do Ministério Público, o crime teria sido motivado por pressão para que a jovem interrompesse a gravidez. O pai do bebê, Saulo, e familiares dele, teriam insistido para que ela realizasse um aborto. Saulo e Karlo Bruno são apontados como os executores do crime. Mary Jane, mãe de Saulo, é acusada de ter participado do planejamento e financiamento da ação criminosa. Ela foi presa por 61 dias em 2013.
Em 2018, a Polícia Federal confirmou, por meio de laudo pericial, a autenticidade de um áudio em que Karlo Bruno admite envolvimento no crime, alegando que agiu a pedido de Saulo.
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