
Após a repercussão do vídeo publicado pela empresária alagoana Giuliana Omena, no qual ela acusa o ex-marido, o também empresário Igor Santana, de violência física, psicológica e patrimonial, a defesa dele se manifestou. Em um vídeo publicado nesta sexta-feira (25), o advogado Napoleão Júnior contestou as acusações da ex-esposa de seu cliente e afirmou que Igor está sendo alvo de mentiras.
“Ela afirma que foi agredida fisicamente, mas no vídeo que trouxemos, é possível ver Juliana puxando Igor pela camisa e o jogando contra a parede. Ele, por sua vez, não reage e apenas sai do local. Isso condiz com o comportamento de um agressor?”, questionou o advogado, citando o material apresentado como prova de que não há coerência nas acusações.
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Giuliana Omena também declarou que teve que deixar o Brasil por medo do ex-companheiro. No entanto, Napoleão rebate: “Ela não mencionou que o pai dela reside em Boston, nos Estados Unidos, cidade que ela já frequentava antes e onde o próprio Igor chegou a visitar o sogro diversas vezes.”
Sobre as alegações de dificuldades financeiras porque o ex-marido controlava as contas, o advogado exibiu extratos de cartão de crédito da empresária durante um período de 11 meses, nos quais constariam gastos superiores a R$ 77 mil. “Ela disse que passava fome e não tinha dinheiro nem para o pão, mas gastou mais de R$ 18 mil com iFood e mais de R$ 4 mil em salão de beleza. Isso não é condizente com a narrativa de alguém em extrema vulnerabilidade financeira”, disse Napoleão.
A defesa também afirma que Giuliana sempre teve acesso às contas da empresa que dividia com Igor. “Ela participava de um grupo de WhatsApp com o ex-marido e a equipe financeira da loja. Inclusive, os próprios prints que ela divulgou omitem as respostas onde o acesso aos dados financeiros é concedido.”
O advogado ainda questionou a tentativa de Giuliana de ampliar a medida protetiva que obteve na Justiça Criminal para incluir uma casa de veraneio em São Miguel dos Milagres. Segundo ele, a solicitação foi negada pela Justiça, por falta de comprovação de que o imóvel constituía um “refúgio” necessário à empresária. Segundo Napoleão, o juiz plantonista afirmou que não foram apresentados documentos médicos ou evidência de fragilidade emocional alegada.
Entenda o caso
A Polícia Civil de Alagoas (PC/AL) vai investigar a denúncia feita pela empresária alagoana Giuliana Omena, de 33 anos, sobre as agressões físicas, psicológicas e patrimoniais que sofreu do ex-marido. A mulher usou as redes sociais, nessa terça-feira (22), para relatar que viveu um relacionamento abusivo por 16 anos.
De acordo com a delegada Ana Luiza Nogueira, que está à frente do caso, já foi agendada a oitiva da vítima, que não pôde ser realizada anteriormente porque Giuliana estava fora do país. Nessa quinta-feira (24), Giuliana publicou vídeo nas redes sociais informando que já está no Brasil.
Nas redes sociais, Giuliana ressaltou que, por muito tempo, acreditou que a violência só se caracterizava por agressões físicas graves, até perceber que outros tipos de comportamentos abusivos também colocavam sua vida em risco.
“Eu achava que uma mulher só era agredida se levasse um soco no rosto ou se fosse espancada até precisar ir ao hospital. Eu não conseguia entender que o fato de meu marido jogar um celular no meu rosto — e por muita sorte não me atingir — já era violência”, contou a empresária.
De acordo com a advogada da empresária, Amanda Montenegro, o suspeito era sócio da loja de roupas administrada por Giuliana e controlava todos os gastos e recursos do negócio.
“Ele não permitia que ela tivesse acesso às contas bancárias, cartões de crédito ou débito. Ela também não podia acompanhar o saldo das contas, as transações de compra e venda de imóveis ou sequer realizar retiradas financeiras da própria loja”, afirmou ela.
Nos vídeos, Giuliana também relata que o ex-marido a humilhava constantemente e chegou a tentar deslegitimar suas denúncias ao tentar classificá-la como mentalmente instável. A situação se agravou após uma discussão relacionada ao pagamento de um fornecedor da loja, durante o período pós-cirúrgico da empresária.
“Eu fui cobrada por um prestador de serviço, que já estava tentando contato com meu marido há cerca de um mês. Quando fui conversar com ele, ainda me recuperava de uma cirurgia. Outras funcionárias também já tinham reclamado sobre atrasos. A partir disso, começou uma briga. Pedi para ficarmos em paz, mas ele insistiu, me provocou, querendo que eu perdesse a paciência para me filmar e me taxar de louca. Ele queria conseguir um laudo de insanidade mental contra mim”, relatou Giuliana.
Ela ainda contou que, em dezembro de 2024, Igor teria quebrado seu escritório enquanto a loja estava em pleno funcionamento. Colaboradores e clientes teriam ouvido os gritos, chutes e socos na porta. A empresária também revelou que a gerente da loja — parente do ex-marido — tentou disfarçar o ocorrido, alegando que se tratava apenas de uma obra.