Há algum tempo a notoriedade da ciência da nutrição vem ganhando destaque para além dos objetivos estéticos.
É sabido que o estilo de vida e a alimentação podem determinar parâmetros de saúde, como clínicos, bioquímicos e até contribuir para a fertilidade.
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Na contramão dessa tendência, estamos vivendo um paradoxo, em um tempo em que o dia a dia corrido, o acesso a alimentos industrializados, o poder da mídia, não contribuem para boas escolhas alimentares, sendo um dos fatores que vem sendo associado ao aumento de casais inférteis. Um estudo de 2020, realizado nos EUA, com 2143 mulheres entre 20-49 anos entrevistadas com um questionário auto-relatado sobre a frequência da ingestão de refeições não preparadas em casa (fast food, alimentos prontos e congelados) versus tempo que já estão tentando engravidar, teve como resultado que a chance de infertilidade foi 2-3 vezes maior em mulheres que consumiram fast food que aquelas que não consumiram.
Esse dado corrobora com outro estudo que concluiu que pacientes que receberam orientação nutricional apresentaram 2 vezes mais chances de engravidar do que o grupo que não passou em consulta (OR: 2.27; p = 0,0408). Além disso, as mulheres que receberam orientação nutricional num intervalo menor do que 60 dias antes da transferência dos embriões tiveram quase 5 vezes mais chance de engravidar (OR: 4,8; p = 0,036).
Além do sedentarismo, uma alimentação rica em açúcar, corantes, conservantes, pobre em nutrientes e um sono não reparador, têm sido fatores com grande associação para o número crescente de jovens casais com dificuldade de engravidar, demonstrando, portanto, a importância do profissional de nutrição, para melhora desse índice.
Autora: Bianca Barros, nutricionista pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP); pós graduada em gestão empresarial pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial; especialização em Fertilidade pelo curso de Formação Nutrição e Fertilidade; certificada em Seletividade Alimentar pelo CBI of Miami .
Administradora do perfil @docoloamesa e sócia da @qualividanutricao.
Referências:
Sohyea Lee et al. J Prev Med Public Health. 2020 Mar.
JBRA Assist. Reprod. | V. 17 | nº1 | Jan-Feb / 2013
*Os artigos assinados são de responsabilidade dos seus autores, não representando, necessariamente, a opinião da Organização Arnon de Mello.