
Quando se fala em calvície, a primeira imagem que vem à mente geralmente é a de um homem com entradas acentuadas ou rarefação no topo da cabeça. Mas você sabia que a alopecia androgenética – principal causa de calvície – também atinge mulheres? E mais: ela pode começar silenciosamente, sem que a pessoa perceba.
Como saber se você tem alopecia androgenética?
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A alopecia androgenética é uma condição genética e progressiva, que leva ao afinamento dos fios e à redução do volume capilar ao longo dos anos. Nos homens, a perda de cabelo geralmente começa nas entradas e no topo da cabeça, formando o clássico padrão da calvície masculina. Já nas mulheres, o quadro pode acontecer em diferentes padrões, sendo a mais clássica observada com o alargamento da risca do cabelo e a perda de densidade na parte superior da cabeça (figura 1).
Um dos primeiros sinais é a percepção de fios mais finos e frágeis, que não crescem com a mesma espessura de antes. Muitas pessoas confundem esse afinamento com queda comum e só buscam ajuda quando o volume capilar já está significativamente comprometido, o que é um erro, e pode significar em perda irreversível do folículo capilar quando não há o diagnóstico médico e tratamento corretos.

Por que isso acontece?
A alopecia androgenética tem um forte componente genético e está relacionada à ação da dihidrotestosterona (DHT), um hormônio derivado da testosterona que miniaturiza os folículos capilares ao longo do tempo, causando o afinamento do fio (figura 2). Apesar do nome, esse não é um problema exclusivamente masculino, pois as mulheres também produzem testosterona em menores quantidades.
Além da genética, fatores inflamatórios, e outros como alterações hormonais, síndrome dos ovários policísticos (SOP) e até mesmo o estresse podem acelerar o processo.

Existe tratamento?
Sim! O maior erro é acreditar que não há solução e não buscar ajuda médica especializada desde os primeiros sinais. Hoje, há diversas opções terapêuticas que podem estabilizar a queda e até estimular o crescimento de novos fios. Entre os tratamentos disponíveis, estão:
• Medicações tópicas e orais: como os inibidores da enzima 5-alfa redutase (enzima responsável pela conversão da testosterona em DHT), associado a outros ativos que atuarão melhorando a micro circulação do couro cabeludo auxiliando no crescimento e ancoragem do fio, entre outros ativos com benefícios específicos para o couro cabeludo e folículos.
• Terapias regenerativas: que atuam na revitalização dos folículos, com melhora da inflamação e regeneração tecidual.
• Mudanças no estilo de vida: Alimentação equilibrada, controle do estresse e equilíbrio hormonal são fundamentais para manter a saúde capilar.
O mais importante é buscar ajuda médica especializada para receber o diagnóstico correto e iniciar o tratamento precocemente, pois quanto antes a condição for diagnosticada, melhores são os resultados!
E agora, como saber se você tem?
Se você notou seu cabelo afinando, a risca mais larga ou menos volume no topo da cabeça, talvez seja hora de investigar. E se não for o seu caso, com certeza você conhece alguém que reclama de queda de cabelo sem entender o motivo.
A alopecia androgenética é muito mais comum do que se imagina e pode ser tratada! A saúde do seu cabelo começa com informação e acompanhamento especializado.
Luíza Venezia
Médica especialista em Clínica Médica, com pós graduação e atuação em Medicina Capilar
Instagram: @draluizavenezia
*Os artigos assinados são de responsabilidade dos seus autores, não representando, necessariamente, a opinião da Organização Arnon de Mello.