Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apontou que a água verde das lagoas da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, é tóxica ? razão pela qual parte da orla deveria ser interditada para o banho.
O RJ1 mostrou na terça-feira (20) que o complexo lagunar do bairro foi tingido de verde por microalgas que se proliferam no esgoto e no calor.
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O biólogo Mário Moscatelli enviou uma amostra da água para o Laboratório de Avaliação e Promoção da Saúde Ambiental, da Fiocruz. O laudo apontou que as cianobactérias que se multiplicaram esta semana liberam toxinas prejudiciais a banhistas.
"Aquilo que era episódico está se tornando sistemático. É fundamental que as pessoas sejam informadas, porque é muito grave", disse o biólogo.
"Essa toxina pode gerar desde problemas na pele até complicações gastrointestinais, no fígado", afirmou Moscatelli.
Com a maré baixa, toda essa quantidade de toxinas vai ao Quebra-Mar e à Praia da Barra da Tijuca ? mais no trecho do Pepê.
O fenômeno é mais comum no verão, quando o calor acelera a multiplicação das cianobactérias, mas este ano a água esverdeada já apareceu no início da primavera.
O RJ1 navegou pelos canais e encontrou forte cheiro de esgoto, além de pneus, madeira e móveis boiando no espelho d?água.
O que dizem as autoridades
Nenhum órgão comentou a recomendação de se interditar a Praia da Barra.
A Cedae disse que não é responsável por fiscalizar o crescimento desordenado e nem fiscalizar os corpos hídricos. Mas que vem aumentando a cobertura de esgoto na zona oeste.
O Inea disse que monitora as praias da zona oeste duas vezes por semana. E que o trecho do quebra mar é classificado como impróprio. As placas são de responsabilidade da prefeitura.
A prefeitura disse que proíbe a travessia a nado na praia dos amores. E que a qualidade da água é de responsabilidade do Inea.