O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal no Rio, aceitou mais uma denúncia contra Sérgio Cabral (MDB) no âmbito da Lava Jato. O ex-governador e o ex-presidente da Fecomércio se tornaram réus no processo iniciado com a Operação Jabuti. Cabral é réu pela 22ª vez.
A decisão é da última terça-feira (3). De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), a Fecomércio "valeu-se do esquema de lavagem de dinheiro" comandado por operadores de Cabral, dissimulando mais de R$ 3 milhões. Todo o esquema teria movimentado R$ 7,5 milhões.
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A organização criminosa, nas palavras dos procuradores, empregou ainda "funcionários fantasmas" (ou jabutis) que, na verdade, trabalhavam para membros da quadrilha. A intenção era ter a "boa vontade" do governo do Estado.
O pagamento de propina, segundo o MPF, começou em 2004, quando Cabral ainda era presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). No posto, ele beneficiaria Fecomércio, Sesc e Senac. A propina, narra o MPF, continuou depois que Cabral se tornou senador e governador.
A Fecomércio pagou os salários da chef de cozinha de Cabral e de sua secretária particular. Empresas ligadas à Fecomércio bancaram ainda os vencimentos de esposas e da irmã de operadores do ex-governador. A denúncia garante que os "jabutis" nunca trabalharam para as empresas.
No mesmo processo foram denunciados também Wilson Carlos, Ary Filho, Serjão, Carlos Miranda, Jaime Luiz Martins, João do Carmo Monteiro Martins, Manuel João Pereira, Sônia Ferreira Batista, Carla Carvalho Hermansson, Ione Brasil Macedo e Gladys Falci.