Um estudante morreu após ser atingido no peito por uma bala perdida, na manhã desta sexta-feira, quando estava num ponto de ônibus na Rua Conde de Bonfim, na Tijuca, Zona Norte do Rio. Gabriel Peteira Alves tinha 18 anos.
De acordo com o 6º BPM (Tijuca), o jovem foi levado para o Hospital São Francisco na Providência de Deus, antigo Ordem Terceira, também na Tijuca, mas chegou à unidade morto.
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Gabriel era morador no Morro do Borel, também na Tijuca, e saiu de casa para ir à Escola municipal Herbert de Souza, no Rio Comprido, ainda na Zona Norte, onde cursava o 3° ano do Ensino Médio. De acordo com Carlos Augusto da Silva, de 65 anos, padrinho do jovem, naquele momento havia uma operação policial na comunidade:
"A operação começou às 4h. Ele saiu às 6h e pouco. Ia pegar o 426 para ir à escola. Estava em frente ao Carrefour esperando o ônibus (quando foi atingido). Está todo mundo abalado".
Moradores do Borel fizeram uma manifestação na Rua Conde de Bonfim, na altura do número 1.033, em protesto pela morte do estudante por bala perdida. Eles instalaram barricadas na via. A Polícia Militar usou bombas de efeito moral e liberou a rua. O trânsito apresenta retenções nos dois sentidos. Equipes da CET-Rio estão no local.
O comando da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Borel informou, em nota, que policiais foram atacados a tiros por traficantes quando chegavam à base, que fica na localidade Chácara do Céu. O comunicado diz ainda que os PMs não revidaram os disparos. Foi no momento desse ataque que Gabriel foi atingido, quando já estava fora da comunidade.
A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) assumirá as investigações.
Jovem sonhava ser jogador de futebol
Uma amiga estava ao lado de Gabriel no momento em que ele foi atingido. A jovem contou a parentes do estudante os últimos momento dele.
"Na hora em que eles foram se abaixar para se esconder dos tiros, ele já colocou a mão no peito e ela pediu para ele parar de brincar. Aí ele falou: "não, é sério". E caiu. Um carro trouxe ele para cá, mas aí não deu mais tempo", contou a técnica em nutrição Natanna Souza, de 29 anos, prima de Gabriel.
Ela descreveu o estudante como um jovem alegre e que queria ser jogador de futebol. "Era um menino alegre, que gostava de futebol. Tinha a namorada, estudava. Ele tinha sonho de se jogador de futebol e treinava para isso", disse Natanna.