Longe do Palácio Guanabara, o governador fluminense, Wilson Witzel (PSC), diz que o Rio de Janeiro vive uma "intervenção branca" do governo federal e precisa ser governado por alguém sobrenatural, após a cúpula política do estado ter sido alvo da operação que o afastou do cargo.
Para Witzel, a investigação contra ele, o governador interino Cláudio Castro (PSC) e o presidente da Assembleia Legislativa do Rio, André Ceciliano (PT), facilita "um controle maior por parte do governo federal".
"O próprio [ministro da Economia, Paulo] Guedes já disse que a prorrogação do regime [de Recuperação Fiscal] é de 180 dias. Isso é muito ruim para o Estado democrático de Direito. Você ter um Estado que está ficando completamente à mercê do governo federal. É praticamente uma intervenção branca", disse o governador afastado em entrevista à Folha, no Palácio Laranjeiras.
Sexto governador fluminense alvo de investigações criminais, ele afirma que para gerir o estado do Rio é necessário "um sujeito sobrenatural" para que evite casos de corrupção na máquina pública.
Antigo aliado e hoje desafeto da família Bolsonaro, Witzel afirmou ter sido afastado do cargo pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) sem direito de defesa.
"Sou inocente, fui eleito para combater o crime organizado, minha mulher é uma pessoa decente, jamais aceitou qualquer valor que não fosse para que ela trabalhasse. Nunca. Os valores são completamente incompatíveis com aquilo que o Edmar [Santos, ex-secretário da Saúde e delator] está dizendo a que eu teria direito a receber como fruto de corrupção."
Ao falar sobre o ambiente político, ele afirma existir "uma teia de relacionamentos que fica difícil de você se blindar de tudo".?
BRASIL
Rio de Janeiro tem que ser governado por alguém sobrenatural, diz Witzel
Sexto governador fluminense alvo de investigações criminais, Witzel afirma ter sido afastado pelo STJ sem direito de defesa

04/09/2020 às 22:25 • Atualizada em 18/01/2021 às 23:31 - há XX semanas